Acatando um pedido de Antônio Celso Cortez, dono da PSG Tecnologia Aplicada, um dos 19 réus por esquema da JBS em , o desembargador Geraldo de Almeida Santiago suspendeu o bloqueio de R$ 190,3 milhões em bens, em decisão do mês passado.

No despacho, o desembargador cita ser preciso “ter em mente também a liberdade financeira dos recorrentes e o respeito à dignidade da pessoa humana, para que não se cometam excessos e antecipada condenação com efeitos de difícil reparação”.

No agravo de instrumento protocolado por Cortez, o mesmo solicita justiça gratuita, sendo aceito pelo desembargador. Ainda conforme o pedido, o MPE não justifica os valores apontados para bloqueio. “A dele inovadora não bate com nada, muito menos com a realidade dos autos em que se apura se houve ou não prática delituosa. Também o mesmo MPE não colige aos autos nenhum fato novo que pudesse justificar sua estranha aritmética”.

Segundo a decisão do desembargador, a PSG e mais 8 empresas investigadas já tem bloqueio na esfera criminal de R$ 380.666.679,46. “Neste norte, observo que a restrição acautelatória foi concedida de modo amplo e praticamente irrestrito sobre o patrimônio dos recorrentes, o que, na prática, inegavelmente, implica restrição exacerbada e desnecessária neste momento processual, não sendo plausível a sua manutenção ao longo de toda a tramitação da ação civil pública. Destarte, resta demonstrada a probabilidade de provimento do reclamo neste ponto”.

Os bens dos réus foram bloqueados em abril, devido a suspeita de esquema de troca de e propina entre a JBS e a gestão estadual, segundo determinou a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

A denúncia foi feita após o promotor da 30ª Promotoria de Justiça, Marcos Alex Vera de Oliveira, instaurar inquérito que resultou nesta ação para investigar suposta troca de incentivos fiscais na gestão de André Puccinelli (MDB) por propina da JBS. O Ministério Público Estadual calcula prejuízo de R$ 24.412.625,31 aos cofres públicos de Mato Grosso do Sul.

Delação premiada feita pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, apontou também suposto esquema de propina para servidores do alto escalão do Governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), que venceu as eleições em 2014 e assumiu em 2015 como governador de Mato Grosso do Sul.