Deputados federais de MS aprovam adiar Enem para evitar desigualdade entre alunos
Evitar que sejam acentuadas as desigualdades entre estudantes é o principal argumento usado por deputados federais sul-mato-grossenses ao aprovarem o adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em função da pandemia do novo coronavírus. A medida foi anunciada pelo Inep nesta quarta-feira (20), com a previsão de que a aplicação das provas seja prorrogada por […]
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Evitar que sejam acentuadas as desigualdades entre estudantes é o principal argumento usado por deputados federais sul-mato-grossenses ao aprovarem o adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em função da pandemia do novo coronavírus. A medida foi anunciada pelo Inep nesta quarta-feira (20), com a previsão de que a aplicação das provas seja prorrogada por prazo estimado de 30 a 60 dias em relação ao calendário inicial.
A prova tradicional estava prevista para os dias 1º e 8 de novembro e a edição deste ano contaria, pela primeira vez, com o exame na versão digital, nos dias 22 e 29 de novembro. Seis dos oito deputados federais de MS já se manifestaram favoráveis ao adiamento. Já Loester Trutis (PSL) e Luiz Ovando (PSL) não responderam aos questionamentos da reportagem.
Para Rose Modesto (PSDB), os alunos que não têm acesso ao conteúdo por estarem fora da sala de aula realizariam o exame em condições desfavoráveis caso não houvesse prorrogação. “Nós temos mais de 40% das residências que não tem acesso à internet, computador. Na área rural esse número aumenta para 53%”, observou Rose. Os tucanos Beto Pereira (PSDB) e Bia Cavassa (PSDB) também disseram serem favoráveis à extensão do prazo.
Dagoberto Nogueira (PDT) disse ter defendido o adiamento na Câmara dos Deputados justamente pelo mesmo motivo: a dificuldade de conexão para alguns dos estudantes. De acordo com ele, se não fosse adiada a aplicação das provas, o exame iria ‘prejudicar os alunos com menos condições financeiras e estruturais’.
Para Fábio Trad (PSD), a medida foi a mais adequada para minimizar o desequilíbrio entre os alunos das várias classes sociais. “A pandemia é igualitária no contágio, mas profundamente desigual no tratamento. E isso não só na saúde médico-hospitalar, mas em outros setores, dentre os quais, a educação na qual se viu a exclusão de milhões de alunos pobres do convívio escolar e do acesso aos recursos tecnológicos amplamente disponíveis aos alunos com melhores condições”, ressaltou.
O petista Vander Loubet usou as redes sociais para comemorar que a pressão dos estudantes de escolas públicas – que encabeçaram a campanha #adiaenem – surtiu efeito. “Resta agora cobrar que seja definida uma data que permita aos estudantes se prepararem devidamente. Por isso, a mobilização precisa continuar”, defendeu.
Enquete
Em nota divulgada nesta quarta-feira (20), o Inep informou que fará enquete com os inscritos para definir nova data para as provas. A consulta será feita por meio da página do participante. A medida, entretanto, não deve alterar o prazo de inscrição, que se encerra às 23h59 de sexta-feira (22).
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