DEM defende saída de Tereza Cristina do Governo para evitar desgaste, diz Folha de SP
Considerada uma das estrelas da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), a ministra Tereza Cristina (DEM) tem a permanência à frente do Ministério da Agricultura questionada por ala dos Democratas, que teme desgaste do nome dela em meio a denúncias de interferência política da Presidência em investigações federais. As informações são do Jornal Folha de […]
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Considerada uma das estrelas da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), a ministra Tereza Cristina (DEM) tem a permanência à frente do Ministério da Agricultura questionada por ala dos Democratas, que teme desgaste do nome dela em meio a denúncias de interferência política da Presidência em investigações federais.
As informações são do Jornal Folha de São Paulo, com base na avaliação feita por integrantes da cúpula do partido. Depois de perderem o Ministério da Saúde, na última semana, com a saída de Luiz Henrique Mandetta (DEM), os Democratas temem a repercussão das denúncias feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro contra Bolsonaro.
Conforme o jornal, a própria ministra já estaria sendo alvo de ataques virtuais de bolsonaristas simplesmente por pertencer ao mesmo partido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem o presidente classificou como adversário.
Outro ponto de divergência seriam os esforços empregados por ela na manutenção de negociações com a China que, apesar de ser a principal consumidora do agronegócio brasileiro, vem sendo alvo de constantes críticas do filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Apesar de defenderem a saída, dirigentes do DEM reconhecem que a indicação de Tereza não foi feita pela legenda e, por isso, não condicionariam a permanência dela no partido à decisão de deixar a pasta. Mesmo assim, querem tanto evitar desgaste à sua imagem quanto desvincular o DEM do Governo. Aliados de Maia seriam, conforme a Folha de SP, os principais defensores da saída.
Pesa ainda o fato de ela ser liderança reconhecida no setor agropecuário e ter mandato na Câmara dos Deputados. Se ela retornar à Casa, perde a vaga a deputada federal Bia Cavassa (PSDB).
Pandemia
Dificuldades na relação do ministério com o Governo teriam sido aumentados após o filho do presidente acusar a China pela pandemia do Covid-19, desencadeando uma série de ataques ao país asiático. A situação criou uma crise diplomática com a Embaixada e teria motivado reclamações da ministra ao presidente, sobre interferências que estariam prejudicando as relações comerciais.
Na última quinta-feira (23), o presidente do DEM ACM Neto se reuniu com o presidente, que teria reiterado desejo de manter bom relacionamento com a sigla, mas não poupado críticas a Rodrigo Maia. Apesar de ainda não se posicionar contrário ao Governo, o DEM sinaliza que não irá integrar sua base com as outras siglas do grupo denominado Centrão.
A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a ministra Tereza Cristina e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta sobre os rumos do partido na gestão de Bolsonaro e aguarda retorno.
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