Poucas horas antes de manifestações pró e contra o presidente Jair Bolsonaro serem realizadas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em imóvel usado por partidários do chefe do Executivo federal.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a ação ocorreu em uma chácara de Águas Claras, dentro do Distrito Federal, que serve de apoio a um dos pequenos grupos bolsonaristas que permaneceram acampados no centro de Brasília até a última semana.
A Cecor (Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) mirou o chamado “QG Rural”, que permanecem em frente ao Ministério da Agricultura por algumas semanas.
No momento da operação, duas pessoas estavam no local, segundo o Portal Metrópoles. Os investigadores apuram supostos crimes como milícia privada, ameaças e porte de armas.
Foram apreendidos fogos de artifício, manuscritos com planejamento de ações e discursos, cartazes, telefones celulares, facão, cofre e materiais que seriam usados em manifestações. Nas redes sociais, Renan Sena, integrante do grupo autointitulado “300 do Brasil”, divulgou vídeo narrando a ação, tratada por ele como uma “invasão” da “ditadura comunista”.

O grupo em questão é investigado por atos como os ataques simulados em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), nos quais foram usados fogos de artifício após a Polícia Militar desmontar o acampamento bolsonarista na Esplanada dos Ministérios –que tinha a ativista Sara Giromini (Sara Winter, ex-assessora da ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos) entre suas líderes.
Sara integrou o 300 do Brasil, que teve integrantes presos ao longo da semana após ameaças ao governador Ibaneis Rocha (MDB) e a ministros do STF. Ela está presa na Comeia, a penitenciária feminina do Complexo da Papuda, já sendo alvo de denúncia.
Grupo permaneceu na Esplanada dos Ministérios
Apesar de o Governo do Distrito Federal proibir manifestações, o “QG Rural” continuou em frente ao Mapa, sendo visitado pelo agora ex-ministro Abraham Weintraub (Educação), multado em R$ 2 mil por não usar máscara e promover aglomeração –ele também reforçou declarações polêmicas voltadas ao STF, que na quinta-feira (18) já teriam motivado sua demissão.
O Governo do Distrito Federal fechou a Esplanada para o trânsito de veículos por conta das manifestações deste domingo –os ativistas terão acesso franqueado, ao contrário do que ocorreu no último domingo.