Vereador de Campo Grande, Valdir Gomes (PP) criticou nesta quinta-feira (9) o decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) que flexibiliza o uso de armas de fogo. “Tem que ter salário digno e gasolina para os policiais e não arma para a população”, disse o vereador.

A maioria dos parlamentares que comentou a fala do vereador disse ser a favor do decreto, mas também criticou alguns pontos que ficaram em aberto na proposta. “O governo quer armar crianças e a população. Não estamos preparados. Eu vim da periferia, trabalhei em escolas e sei do perigo”, disse.

André Salinei (PSDB) disse discordar do posicionamento de Valdir. “Eu acredito que o decreto foi mal interpretado pela imprensa nacional. Principalmente essa parte das crianças. Não dá arma para criança. Apenas libera a criança no stand de tiro, sempre com um responsável”, ponderou.

No entanto, o vereador acredita que o Código Penal deve ser revisto para que as penas de homicídio sejam mais rígidas. “Senão qualquer briga de trânsito vai virar homicídio”.

Otávio Trad (PTB) acredita que o decreto foi positivo, mas discorda da forma como foi feito. “Deveria tramitar na Câmara dos Deputados, por projeto de lei, discutindo as formalidades nas comissões das Casas Legislativas exatamente para ver essas questões mais pontuais. Uma decisão dessa magnitude não pode ser feita por decreto”.

Delegado Wellington (PSDB) acredita que as pessoas não têm preparo para manusear armas e nem para guarda-las adequadamente. “Acredito que devemos fortalecer as fronteias e dar estrutura para as forças policiais. Estamos terceirizando a segurança pública e muitas pessoas vão morrer por causa dessa negligência       “.

Eduardo Romero (Rede) pondera que o decreto banaliza o porte de armas e passa uma mensagem de ‘faça você sua própria Justiça'. “É lamentável que a Presidência pense assim. Como jornalista, estive em contato com vários sindicatos, que já registraram pedidos de de informações sobre como tirar o registro no Ministério do Trabalho para poder dizer que atua como jornalista e tentar o porte”.

Eduardo (SD) defendeu a flexibilização. “Ninguém é obrigado a tirar o porte, mas é importante que a pessoa tenha direito a se defender e defender a família”, disse o médico.

Carlão (PSB) disse ser contra e justificou. “Se antes o apenas usava a arma para te abordar e te roubar, agora ele nem vai pensar duas vezes em matar para roubar porque vai achar que a pessoa pode estar com uma arma”.