Discussão longa, a ‘indústria da multa’ de trânsito entrou na pauta da ALMS ( de Mato Grosso do Sul). Durante a sessão desta quinta-feira (7), deputados criticaram o alto número de multas emitidas por radares móveis, fixos e lombadas e lamentaram que “o cidadão de bem arque com multas sem necessidade”.

O assunto foi unânime entre os deputados e até o ex-diretor-presidente do (Departamento Estadual de Trânsito), Gerson Claro (PP), teve de fazer coro ao tema levantado pelo colega João Henrique Catan (PR).

Citando dados do MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Catan argumentou que durante o período em que os radares estiveram desligados em Campo Grande, o número de mortes no trânsito reduziu 22%.

“Ou seja, o radar é para instruir e educar, mas sem o radar diminuíram? É preciso rever, pois o cidadão de bem não pode ficar arcando com multas sem necessidade”, questionou. Gerson criticou a imprudência dos condutores, mas viu nos radares móveis ‘escondidos’ um problema.

“É fato que para se colocar um radar é preciso de um estudo sobre os acidentes do local, mas é claro que, se os radares móveis são colocados só para arrecadar, serão rechaçados”, confirmou.

Cabo Almi (PT) defendeu que se o número de mortes caiu depois da desativação dos equipamentos, a Casa de Leis deve se posicionar contra. “A intenção deve ser preservar a vida e não arrecadar”. “Tem um ali na avenida Mato Grosso em baixo de uma árvore. Quase uma arapuca”, completou Rinaldo Modesto (PSDB).

Além da fiscalização, Zé Teixeira (DEM) acredita que a educação no trânsito deve ser incentivada nas escolas. “Não adianta só multar. Tem que ensinar nas escolas a educação no trânsito. Só assim vai mudar. A criança precisa saber desde cedo que pode ceifar a vida de um inocente por uma irresponsabilidade”, ponderou.