Os servidores municipais de Dourados podem esperar por novos escalonamentos em seus salários para os próximos meses. Em entrevista ao Midiamax, o novo secretário da Fazenda de Dourados, Carlos Dobes Vieira, não descartou a possibilidade devido a saúde financeira que o município está passando, mas disse que esse processo deve ser diferente do usado no mês passado.
De acordo com Dobes, somente nesta terça-feira (3) ele teria acesso a conta do município e dessa forma verificar se o pagamento seria de forma integral ou para servidores que recebem menos.
“O município vem acenando de forma bem importante de forma de se antecipar. Sabemos que os recursos estão em dificuldade. Quase que é um processo natural de algum escalonamento vir acontecer. Eu não tenho esses dados, vou ver a partir desta terça-feira o que tem na conta até onde a gente alcança de pagamento para fazer o escalonamento”, disse o secretário que também acumula a pasta de Planejamento.
Para ele, caso o município não tenha condições de fazer o pagamento total esta semana, será preciso adotar uma medida “mais justa”.
“Se tiver condições de fazer o pagamento integral, vamos fazer. A prioridade é essa. Se não tiver, mudar o escalonamento dentro de uma equidade não sendo dentro de uma igualdade para se pagar todo mundo num único percentual. É atender quem recebe menos e tentar pagar ao máximo essas pessoas, pois nelas tem um impacto na vida maior. Claro que todos têm direito de receber, mas entendo que é a forma mais correta, mais justa da gente trabalhar esse equacionamento”, completou.
Para o secretário é necessário planejar uma maior arrecadação e não apenas ficar relatando que não dinheiro.
“É um problema quem vem acontecendo em Dourados que cresceu muito. A máquina está muito grande, a folha está muito grande, mas é uma coisa consolidada. Temos que virar essa página”, relatou.
A possibilidade de novos cortes ainda não é cogitada. A princípio, ele cita que o município deve passar por um racionamento dos gastos.
“Ainda é cedo em falar em cortes. Não adianta ter um decreto que impede contratações se eu não estou fazendo o dever de casa em diminuir as nossas despesas. Temos que fazer um racionamento, alinhar as contas, dar um direcionamento, tentar equilibrar. Hoje a nossa conta não fecha”, disse.
Dobes ainda lembrou do plano de carreira dos servidores herdado da gestão passada que aumentou a folha consideravelmente sem que a prefeitura tivesse se preparado.
“O PCCR deveria ser implantado no meio de uma gestão no meu entendimento e recebemos no início do mandato. Foi uma dose cavalar a nossa folha realmente subiu, mas isso está consolidado. Temos que recuperar o fôlego da nossa arrecadação e prefiro da forma incentivada da indústria, do comércio, da população, do que de aumento de imposto, até porque isso está fora de cogitação. Não temos fábrica de dinheiro”, encerrou.