As movimentações financeiras realizadas em contas bancárias de pessoas supostamente envolvidas com o esquema investigado na motivaram desdobramento das apurações e trabalhos já realizadas pela PF (Polícia Federal), MPF (Ministério Público Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça).

De acordo com o apurado pela reportagem, tais movimentações revelam rastros da ‘rota' percorrida pelo dinheiro pago ilegalmente, envolvendo produtores rurais e empresas do ramo. O ‘epicentro' das negociatas seria a cidade de .

Mais de 100 pessoas entre testemunhas e investigados foram ouvidas em setembro deste ano pela PF em , e outras cidades do país, como aconteceu com o corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro, o Polaco, considerado peça-chave na investigação e ouvido separadamente dos demais, em Brasília (DF).

Investigados e testemunhas foram chamadas por estarem na lista de pessoas com tais movimentações. Uma delas foi o ex-secretário e atual conselheiro do Tribunal de Contas, Márcio Monteiro. Na época, a defesa dele afirmou que a intimação foi para explicar uma movimentação que seria referente a um empréstimo bancário.

Adiamento do desbloqueio de bens de Reinaldo

No dia 18, o STJ adiou pela terceira vez no ano o julgamento do pedido de desbloqueio de bens feito por um dos principais investigados no caso, o governador (PSDB). Ao todo, ele e familiares, como sua esposa e filhos, possuem R$ 277 milhões bloqueados desde 2017, quando foi iniciada a Vostok.

O pedido de desbloqueio foi feito em um agravo regimental e em um embargo declaratório por sua defesa no STJ. A ação está nas mãos do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, que para adiar o julgamento, afirmou que existe investigação em curso sobre o caso.

Conforme delação premiada feita pelos donos da JBS, Wesley e Joesley Batista, Reinaldo e a alta cúpula da gestão estadual participaram de esquema de recebimento de propina para concessão de incentivos fiscais para a empresa em Mato Grosso do Sul.

Para isso, teriam sido usadas notas fiscais, emitidas por frigoríficos e produtores de gado, sobre serviços não realizados ou mercadorias não comercializadas, segundo a PF investigou. O trabalho resultou, em 2017, na prisão de várias pessoas da alta cúpula governamental e até o filho de Reinaldo, Rodrigo Souza e Silva.

Todos foram liberados alguns dias depois e a maioria chamada para depor um ano depois, por determinação do STJ. O governador nega envolvimento no caso e que tenha cometido algum dos ilícitos citados, afirmando ser inocente das acusações.