O conselheiro do Tribunal de Contas e ex-secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, foi um dos intimados a depor nesta terça-feira (3) à PF (Polícia Federal) na força-tarefa determinada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em continuidade a Operação Vostok, que está ouvindo várias testemunhas e suspeitos.

Entre os assuntos tratados no depoimento de Monteiro, um deles seria um empréstimo bancário feito há alguns anos. O advogado dele, Tiago Bana, confirmou a ida do conselheiro à sede da PF em Campo Grande para depor, no início da tarde desta terça.

“Não tem nada de mais”, se limitou a dizer o advogado. Márcio Monteiro, que além de ex-secretário é ex-deputado tucano e ex-prefeito de Jardim, foi preso há um ano em decorrência da deflagração da .

Na época, Monteiro foi acusado de emitir notas fiscais frias para justificar e mascarar o pagamento de propina. Ele teria emitido mais de R$ 333 mil em notas para JBS em esquema delatado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista. Em troca da propina, o Governo teria concedido benefícios fiscais para a empresa.

Além da ação da Vostok, Monteiro foi réu em ação que correu na Justiça Estadual sobre concessão irregular de benefícios fiscais a uma empresa cerealista de Dourados. Porém, em novembro do ano passado, o (Tribunal de Justiça de ) analisou a ação e os desembargadores do órgão extinguiram o caso.

Força-tarefa da Operação Vostok

O STJ determinou nesta terça-feira (3) uma ação coordenada de desdobramento da Operação Vostok, decorrente do IPL (Inquérito Policial) 1.190, após cumprimento dos mandados de busca, apreensão e quebra de sigilos telefônicos e fiscais realizados em 2018.

Agora, a PF quer descobrir mais informações sobre a conta bancária, com R$ 12 milhões, usada para pagamento em negociações de venda de gado em Aquidauana. Produtores, comerciantes e corretores foram chamados para testemunhar. Quem também deve depor ainda hoje é Roberto de Oliveira Silva, irmão do governador Reinaldo Azambuja.

São mais de 110 pessoas intimadas e a maioria é ouvida na sede da Polícia Federal em Campo Grande. Além de Mato Grosso do Sul, são ouvidas testemunhas e investigados em São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Ceará.

A investigação teve origem no acordo de colaboração dos executivos da JBS, conglomerado com atuação no ramo de alimentos, e apura suposto esquema de corrupção na concessão de benefícios fiscais pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul através da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda).