O deputado de Mato Grosso do Sul (PT) afirmou que estranhou, em 2012, a licitação do transporte coletivo de ter saído “a toque de caixa” e que, na época, chegou a fazer questionamentos sobre o assunto.

A afirmação é resposta do parlamentar quando indagado sobre a possibilidade de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar suposta fraude no contrato entre o Consórcio Guaicurus, firmado no último ano da gestão do então prefeito, hoje senador, Nelson Trad Filho (PSD).

“Foram feitas várias licitações, ao meu ver a toque de caixa, para o transporte público e coleta de lixo”, afirmou Kemp, relembrando que, apesar de ser responsabilidade da Câmara Municipal investigar, ele, enquanto parlamentar, questionou a situação.

Acredita, portanto, que o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) precisa apurar se a licitação que permitiu ao Consórcio explorar o serviço por anos foi feita de forma correta.

Relembre

O vereador Vinicius Siqueira (DEM), quem propõe as comissões de inquérito na Câmara, começou a defender a medida diante de supostas irregularidades na execução do contrato entre o Consórcio e a Prefeitura de Campo Grande.

Mas o assunto tomou um tamanho e gravidade ainda maiores, depois que o Jornal Midiamax divulgou trechos de delação do advogado Sacha Reck, que ajudou na construção do Consórcio Guaicurus, em 2012, para disputar o contrato milionário do transporte coletivo.

Em investigação do MP (Ministério Público Estadual) do Paraná, onde corre apurações sobre casos semelhantes no estado vizinho, o advogado afirma que houve direcionamento na concorrência de Campo Grande, com o acesso do edital antes de sua publicação e até mesmo modificações no documento por parte de empresários.

Só a partir destas revelações, colhidas pelo MP do Paraná em 2016, que o Ministério Público de MS resolveu abrir uma investigação. A ideia é solicitar aos paranaenses o compartilhamento da apuração no que se refere à Prefeitura de Campo Grande.