CPI da Energisa vai “nascer morta”, avaliam Marquinhos e líder do prefeito na Câmara
Prefeito durante entrevista em agenda pública. (Foto: Marcos Ermínio)

“É uma CPI que já nasce morta”. Assim avalia o líder da Prefeitura na Câmara Municipal de , vereador Chiquinho Telles (PSD), sobre a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Casa para investigar as cobranças abusivas nas contas de energia dos consumidores da Capital.

O pedido de abertura de uma CPI foi anunciado pelo vereador Valdir Gomes (PP) ao fim de uma reunião com representantes da Energisa na Câmara da Capital na semana passada. A empresa afirma que não há nenhuma irregularidade no serviço, os valores estão corretos e, portanto, não há motivos para suspender as cobranças.

Enquanto isso, clientes da Energisa relatam aumentos abusivos e cobranças que registraram salto de quase 1000%.

Questionado sobre o tema, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) concordou com Chiquinho Telles. “É uma concessão federal. [Vereadores] não têm competência”, afirmou o chefe do Executivo, durante agenda pública nesta segunda-feira (28).

O prefeito defende que a fiscalização sobre a concessionária de energia deve ser feita durante todos os anos, e não somente durante a período de reajuste dos valores, que ocorre no mês de abril.

Chiquinho, por sua vez, argumenta que seria melhor criar uma comissão especial para analisar a questão no Legislativo da Capital, para auxiliar os deputados estaduais, sendo que, segundo ele, seria competência da Assembleia Legislativa fazer uma CPI da , como ocorreu anteriormente.

“Toda forma de investigar ajuda, […]nós podemos auxiliar como comissão especial sim, mas como CPI acho que ela nasce morta”, explica Telles.

CPI da Energisa vai “nascer morta”, avaliam Marquinhos e líder do prefeito na Câmara
Prefeito assinou decreto nesta segunda-feira, com Chiquinho Telles ao seu lado (à esquerda). (Foto: Richelieu Pereira)

Direitos do consumidor

A reunião na Câmara contou também com representantes do Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) Estadual, da Defensoria Pública, Ministério Público, do Concen (Conselho dos Consumidores de Energia da Área de Concessão da Energisa).

A Promotoria de Defesa do Consumidor afirma que cabe um contraponto aos argumentos da Energisa, já que durante o verão, o chuveiro elétrico é menos usado e muitos consumidores costumam viajar e passar quase o mês inteiro fora de casa. O promotor Luiz Eduardo Lemos sugeriu que os moradores que se sentirem lesados reclamem diretamente à Aneel. O Concen apontou que as reclamações dos consumidores acontecem desde outubro e que vai montar comissão para averiguar os medidores de energia.