Presidente da Câmara disse que retratou redes sociais

Uma publicação do presidente da Câmara de Vereadores de indignou leitores do Jornal Midiamax e eleitores da Cidade Branca, que encaminharam prints da postagem com reclamações sobre o teor das acusações de Evander Vendramini (PP) à vereadora (PSOL-RJ), assassinada na última quarta-feira (14).

No post, feito sem seu perfil pessoal no Facebook, Evander, que em 2014 disputou o cargo de governador de Mato Grosso do Sul, faz duras acusações contra a vereadora, cuja morte chocou o país e gerou manifestações em dezenas de cidades brasileiras, como a que ela foi eleita pelo tráfico.

“Evidente que ninguém defende a morte de ninguém, mas essa vereadora do Rio de Janeiro encontrou o que sempre buscou. Foi eleita pelo tráfico, apoiava a legalização das drogas, era a favor do desarmamento, apoiava ritmos musicais que só destroem as familias, pregava o ódio na sociedade para defender o bandido do Lula, humilhava as policias e defendia bandidos com discurso barato dos direitos humanos. Lei do retorno, plantou colheu!!!” (sic), escreveu Evander.

À reportagem do Jornal Midiamax, o político confirmou ser o autor do texto, e argumentou que apenas reproduziu ‘o que está em todas as redes sociais'.

Boatos

Após a morte de Marielle começaram a circular boatos sobre ela, como a que foi casada com o traficante Marcinho VP e que havia recebido dinheiro do Comando Vermelho durante as eleições de 2016.

A rede notícias falsas, ou Fake News, também divulgou que além da associação com o crime organizado ela também engravidou aos 16 anos.

Uma desembargadora do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), Marília Castro Neves, fez um post semelhante ao de Vendramini, afirmando que o comportamento político da vereadora foi ‘determinante' para o seu fim.

Além de combater a onda de boatos e notícias falsas, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que o partido vai acionar o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) buscando providências contra a desembargadora.

Além dela e do vereador corumbaense, o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), também usou as redes sociais para espalhar os boatos de que ela foi eleita pelo tráfico, e seria ex-mulher de traficante. O PSOL estuda ações contra o parlamentar.

O blog ‘O Antagonista' fez um levantamento dos mais de 46 mil votos recebidos por Marielle nas eleições de 2016, e concluiu que quase metade do montante foi oriundo da zona sul da capital carioca. Sendo que no complexo de favelas da Maré, de onde ela era, a então candidata recebeu apenas 50 votos.

Socióloga formada pela PUC Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Marielle era ainda mestre em Administração Pública pela UFF (Universidade Federal Fluminense), referência na defesa dos direitos humanos e na denúncia de ações violentas contra moradores de comunidades carentes.