Apura o suposto pagamento de propina pela Odebrecht

O ministro , da Secretaria de Governo, declarou nesta terça-feira que “vai resultar em nada” o pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para incluir o presidente como investigado em um inquérito que apura o suposto pagamento de propina pela Odebrecht.'Vai resultar em nada', diz Marun sobre pedido da PGR para incluir Temer em inquérito

— É mais uma investigação que se acontecer vai resultar em nada, até porque, pelo que parece, esse jantar (ocorrido no Jaburu e citado em depoimento de delatores) aconteceu antes até do momento em que o presidente chegou ao comando do país. Eu tenho até uma certa dificuldade de entender a lógica que baseia hoje a tomada dessas decisões — afirmou Marun.

Marun defendeu o presidente e disse que Temer é um “homem honrado” e está provando cada vez mais isso:

— Pelo que eu sei, nesse momento o presidente só pode ser atingido por qualquer coisa que tenha acontecido no exercício do seu mandato. Então que investiguem. Mais uma vez chegarão à conclusão de que nada atinge efetivamente a pessoa do presidente. Que é um homem honrado, que tem um patrimônio absolutamente conforme a renda aferida em décadas de trabalho e que vencendo essas batalhas está cada vez mais provando isso — defendeu Carlos Marun.

Nesta terça-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu para o Supremo Tribunal Federal (STF) incluir o presidente Michel Temer como investigado no inquérito que apura o suposto pagamento de propina pela Odebrecht para, em troca, receber tratamento privilegiado da Secretaria de Aviação Civil.

O inquérito foi aberto há um ano para investigar os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República). A decisão de incluir ou não Temer caberá ao relator da Lava-Jato, o ministro Edson Fachin.

Dodge lembrou que seu antecessor no cargo, Rodrigo Janot, excluiu Temer da investigação com base na Constituição, que não permite a investigação de presidente da República por fatos anteriores ao mandato. A procuradora-geral discordou da tese.

“A apuração dos fatos em relação ao Presidente da República não afronta o art. 86-§ 4° da Constituição. Ao contrário, é medida consentânea com o princípio central da Constituição, de que todos são iguais perante a lei, e não há imunidade penal”, escreveu Dodge.