‘Todos processos são iguais e merecem cuidado’, diz ministro que negou liberdade a PuccinelliO ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins, que negou habeas corpus ao ex-governador André Puccinelli (MDB), afirmou, nesta sexta-feira (27), que analisa todos os processos com o mesmo cuidado. Martins está em Campo Grande onde recebe homenagem do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul)

A decisão em manter Puccinelli, o filho dele André Puccinelli Junior e o advogado João Paulo Calves presos saiu às 18h30 desta sexta, enquanto Martins participava do evento no TJ. Os detalhes da decisão têm previsão de divulgação na segunda-feira (3).

Em entrevista à imprensa neste início de noite, o ministro não deu detalhes da decisão e disse que todos os processos que estavam pendentes de sua análise como vice-presidente do tribunal foram despachados nesta sexta.

Ao ser questionado sobre os motivos que o levaram a negar a soltura do ex-governador, o ministro disse que “todos processos são iguais e merecem cuidado por parte do magistrado. Analisando a petição de um advogado, indeferi o HC e extingui o habeas corpus”, afirmou o ministro.

O julgamento do mérito do pedido será feito pela 6ª turma do STJ. A ministra da Lama Asfáltica no tribunal, Maria Thereza de Assis Moura analisará o caso após o fim do recesso judiciário, em 1º de agosto.

Prisão

Além do ex-governador, foram presos na manhã do dia 20 seu filho, André Puccinelli Junior, e o advogado João Paulo Calves, acusados pelo MPF (Ministério Público Federal), de lavagem de dinheiro e continuidade da prática de atos ílicitos, mesmo após a primeira prisão do trio, em novembro de 2017, na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama.

Durante as investigações, agentes da PF, CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal, teriam encontrados provas de que o Instituto Ícones do Direito, empresa de Calves, mas que seria de Puccinelli Júnior, teria recebido recursos de propinas pagas pela JBS ao ex-governador.

Além da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que implicaram Puccinelli, Zeca do PT e Reinaldo Azambuja (PSDB) como supostos beneficiários de um esquema de propina, pessoas que seriam operadores do esquema junto ao governo de MS também fecharam acordos de delação premiada no âmbito da Lama Asfáltica.