Declarações do presidente regional do PSDB, deputado estadual Beto Pereira, causaram instabilidade na relação com o PSD do prefeito Marquinhos Trad. O líder de Marquinhos na Câmara da Capital, vereador Chiquinhos Telles (PSD), afirmou que Beto parece não querer a aproximação dos partidos na tentativa de reeleger o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

“Pela fala do líder do PSDB, ele não quer a aproximação do PSD. Tudo que ele vomita no microfone ou na entrevista só afasta o PSD deles”, disse Telles ao Jornal Midiamax. “Quem é que tá [sic] no PSD? É a família mais tradicional, o prefeito de Campo Grande, o Fábio Trad, Nelsinho que anda junto, mas é do PTB. Quem é o líder maior do PSD? Toda vez que fala parece que não quer o PSD”, completou.

Na última quinta-feira (21), durante sessão da Câmara, Chiquinho disse que havia líder do PSDB “falando muita besteira”, dizendo que os tucanos fazem “coligação com partidos e não com irmãos”, isentando o deputado Rinaldo Modesto (PSDB), líder de Reinaldo na Assembleia. Beto é vice-líder de Azambuja na Casa de Leis.

O vereador também se mostrou insatisfeito com a conduta do deputado que, segundo ele, “leva tudo para o lado pessoal” e sempre atacou Marquinhos, quando o prefeito ainda ocupava uma cadeira do Legislativo Estadual.

“É um cara que sempre atacou o Marquinhos no Assembleia, e parece que ele traz isso para o campo pessoal. Ele individualmente quer afastar toda uma construção e isso não ajuda em nada. Tudo que ele fala é com tom pejorativo”, disparou.

Na corrida eleitoral que garantiu a Marquinhos a chefia da Capital, segundo o vereador, Beto sempre “foi o mais ferrenho”. “Ele acabou de chegar no PSDB, acho ele ainda um forasteiro político”.

Apesar das críticas, o líder de Marquinhos endossou “grandes nomes” do PSDB para encabeçar as negociações partidárias, como o secretário de Estado de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto Assis, o pré-candidato do partido ao senado, Marcelo Miglioli, além do próprio Azambuja.

Prefeito muda discurso

O prefeito de Campo Grande, por sua vez, que sempre adotou um discurso de parceria com o Executivo estadual, mudou o tom na semana passada alegando que este faz apenas sua “obrigação”.

“Ajuda administrativa é obrigação. O dinheiro que vai para o Estado é do campo-grandense. Tudo sai do município, por isso que é obrigação. É devolução do imposto de quem paga”, declarou Marquinhos Trad ao Jornal Midiamax na sexta-feira (22).

Ainda lembrou dos atritos com os tucanos durante as eleições para o comando do Paço Municipal em 2016.

“Há um ano e meio atrás, eles iam na Polícia Federal, me criticavam, me agrediam, falavam mal de mim. Agora querem a nossa ajuda. Por isso que eu digo quando você fala alguma coisa, você é responsável pelo que você fala”, disparou o prefeito.

Outro lado

A reportagem tentou contato com Beto Pereira e outras lideranças do PSDB para comentar as declarações dos pessedistas, mas as ligações não foram atendidas e não houve retorno.