O embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, visitou o presidente eleito, Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (5) e disse que conversou com ele sobre o caso Cesare Battisti.

Durante a eleição, Jair tuitou que, se eleito, extraditaria o italiano, que é ex-ativista de esquerda e foi condenado à prisão perpétua na Itália em 1993, sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos no país nos anos 1970. Ele era membro do grupo Proletários Armados para o Comunismo (PAC). Battisti nega envolvimento nos homicídios e se diz vítima de perseguição política.

Ele mora no Brasil desde 2004. Em 2007, foi preso. O governo italiano pediu a extradição, mas, em 2009, o então ministro da Justiça Tarso Genro concedeu refúgio político a Battisti. No mesmo ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a palavra final sobre a extradição deveria ser do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No último dia do seu governo, em novembro de 2010, Lula negou a extradição. A Itália voltou a pedir para o governo brasileiro rever o caso. No entanto, o governo do presidente Michel Temer já afirmou que o assunto não tem sido tratado.

Em setembro de 2017, os advogados de Battisti entraram com um pedido no STF para impedir a possibilidade de Temer decidir extraditá-lo.

“Claro que falamos do caso”, disse o embaixador após a visita a Bolsonaro em entrevista ao G1. “O caso Battisti é muito claro. A Itália está pedindo a extradição do Battisti, o caso agora é discutido com o Supremo Tribunal Federal. Esperamos que o Supremo vá tomar uma decisão no tempo mais curto possível”, concluiu.