Julgamento no STF acontece na tarde desta quarta-feira

Aliados e adversários de Lula em MS usam Constituição ao analisar julgamento

O julgamento do ex-presidente Lula, que acontece a partir das 13h desta quarta-feira (4), irá decidir se ele pode ser preso. O STF (Supremo Tribunal Federal) volta a se reunir para dar continuidade ao julgamento do dia 22 de março e  cada  ministro votará pela concessão ou rejeição do habeas corpus, recurso apresentado pela defesa para impedir a prisão do ex-presidente.

Para determinar a prisão ou para conceder o habeas corpus, serão necessários os votos de pelo menos 6 dos 11 ministros do STF. Em Mato Grosso do Sul, aliados e adversários se posicionaram sobre as expectativas para o julgamento.

Na noite desta terça-feira (3), o MBL (Movimento Brasil Livre) organizou um protesto na avenida Afonso Pena, em Campo Grande, juntamente com outros movimentos como o Nas Ruas, Pátria Livre, Vem Pra Rua e Voluntários da Pátria. O protesto reuniu 5 mil pessoas e deve se repetir nesta quarta-feira caso o habeas corpus seja concedido, segundo o coordenador regional do MBL, Lucas dos Santos. Entretanto, o coordenador acredita que o recurso deve ser negado pelo STF. “A gente acredita que a justiça vai permanecer, [o habeas corpus] vai ser negado para não abrir brecha para que outros políticos também queiram utilizar a mesma estratégia”. 

O vereador Vinícius Siqueira (DEM) é representante da Associação Pátria Brasil no estado e compartilha da mesma opinião. Ele conta que acompanha o julgamento desde o início e que a  decisão deve ser orientada sobre o reflexo sobre os outros condenados, que passam a ter os mesmos direitos que o ex-presidente Lula.  O vereador ainda afirma que as repercussões políticas serão poucas após o julgamento desta tarde. “Lula deixou de figurar página política e foi para a criminal. Ele não pode se candidatar, isto seria o fim da picada”.

Já o deputado Zeca do PT (PT) está otimista quanto à decisão do STF. Segundo ele, se tudo correr de acordo com a democracia, Lula poderá se candidatar à presidência este ano. “A minha expectativa é de um democrata e um cidadão que acredita na Justiça. Eu acredito que ninguém pode ser condenado sem transitar em julgado, todos têm direito de defesa até a última instância”, afirma. O deputado afirma que apesar do sentimento de ódio que afeta todo o país, a Suprema Corte deve analisar a questão de acordo com o estado de direito. “Após o julgamento, espero que o Lula possa continuar a campanha pelo PT, converse com a sociedade e possa enfim voltar a governar o Brasil para a alegria do povo”.

Aliados e adversários de Lula em MS usam Constituição ao analisar julgamento

Para o deputado estadual Pedro Kemp ( PT), a constituição  deve ser respeitada e que a prisão só deve ser feita após o fim de todos os recursos. “Se tivesse dinheiro em mala, em apartamento, podia dizer que tem materialidade contra o Lula, mas não tem”, diz. O deputado afirma que a operação tem cunho político e que os juízes pretendem prejudicar apenas o PT.