Presidente poderá ser afastado do cargo por 180 dias.

 

A denúncia contra Michel Temer será votada na quarta-feira (2), no plenário da Câmara dos Deputados, e ele poderá ser investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, posteriormente, até afastado da presidência por 180 dias. Mas você sabe qual é a acusação contra o presidente?

Temer e seu antigo assessor no Planalto Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o homem da mala, foram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo crime de corrupção passiva.

Gravações feitas pela Polícia Federal apontam que Rodrigo Rocha Loures recebeu uma mala com R$ 500 mil, suposta propina paga pelo frigorífico JBS e que teria como destinatário final o presidente Michel Temer. O leitor deve se lembrar da cena dele apressadamente entrando em um táxi com a mala.

Rocha Loures chegou a ser preso por conta do crime e hoje está em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. Ele ficou preso em Brasília entre 3 de junho e 1º de julho. No dia 30 de junho, conseguiu o direito à prisão domiciliar. A decisão foi do relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin. O benefício ficou condicionado ao uso da tornozeleira eletrônica.

O dinheiro da mala seria parte da propina paga pela JBS. Joesley Batista, um dos donos do grupo, gravou sem o conhecimento de Temer uma conversa com o presidente no Palácio do Jaburu, em 7 de março. No diálogo, Temer aparentemente indica Rocha Loures como seu homem de confiança com quem Joesley poderia tratar de interesses da JBS no governo.

Para a PGR, Rocha Loures atuou como um intermediário do presidente, tanto na negociação quanto no recebimento da propina.

Temer nega as acusações contra ele. O presidente chegou a afirmar que a denúncia que a denúncia apresentada pela procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) é uma “ficção”, uma “drama de novela”, e que não há provas contra ele. /politica/temer-denuncia-obra-ficcao-345650

A defesa dele também afirma que o áudio de Joesley Batista não poderia ser usado como prova, por conter uma série de interrupções que não permitem reconstituir o diálogo por inteiro, além de não ser possível garantir que a gravação não foi editada.

No entanto, perícia realizada pela Polícia Federal afirmou que o áudio não tem sinais de edição e que as interrupções são compatíveis com o sistema do gravador utilizado, que para e retoma a gravação ao detectar som no ambiente.