Presidente do legislativo municipal apresentou arrecadação da empresa

O presidente da Câmara da Capital, vereador João Rocha (PSDB), não poupou críticas à CCR MSVia, concessionária responsável pela BR-163 que paralisou as obras de duplicação da rodovia sob alegação de que a crise econômica do país diminuiu as receitas da empresa, e apresentou dados sobre os pedágios cobrados ao longo dos cerca de 850 km da estrada em Mato Grosso do Sul.

“Está pensando que Mato Grosso do Sul é terra de ninguém? Aqui não é província não, vê se fazem isso lá na Via Dutra (BR-459 em SP)? Lá está tudo direitinho”, disparou Rocha da tribuna.

A intenção do presidente da Câmara é fazer uma audiência pública com presença de vereadores, deputais estaduais, bancada federal e representantes do governo e da própria concessionária.

Segundo Rocha, para percorrer os quase 850 km em território sul-mato-grossense um motorista em um veículo de passeio pagaria R$ 55,50 de pedágio, para caminhões o custo é maior. O tucano afirmou que 45 mil veículos cortam diariamente a BR-163.

Em julho de 2015, lembrou o presidente da Câmara, a CCR MSVia conseguiu liberação de R$ 2,3 bilhões liberados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para investir nas obras de duplicação, recuperação e conservação da rodovia e da faixa de domínio, de um total previsto, segundo a empresa, de R$ 4,5 bilhões. Já o contrato inicial firmado entre a concessionária e a União é de R$ 6,5 bilhões.

O vereador André Salineiro (PSDB) revelou que a empresa arrecadou, em Mato Grosso do Sul, mais de R$ 260 milhões em 2016, com lucro de R$ 57 milhões. “Estão postergando obrigação de duplicar a rodovia”, disse o tucano, que afirmou que a Câmara deveria ter verificado cláusulas contratuais na assinatura do contrato, já que as obras interferem diretamente na Capital.

João Rocha ainda frisou que só com isenção de ISS concedida pela Prefeitura de a empresa deixa de pagar quase R$ 1 milhão, e que desde 2014 a empresa duplicou apenas 138 km de rodovia, sendo que em três meses foram 90 km, o necessário para que a cobrança de pedágio começasse a ser feita.

“Que crise é essa que estão alegando? Eles querem protelar o tempo, querem recorrer das cláusulas contratuais para protelar duplicação da rodovia”, frisou Rocha.

Para o também tucano Junior Longo, a Prefeitura e demais entes que concederam benefícios à concessionária deveriam procurar a empresa e retirar os incentivos diante da paralisação das obras de duplicação.