Oposição de MS quer esvaziar sessão destinada a votar denúncia contra Temer

Estratégia é para ganhar tempo e votos contra o presidente

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Estratégia é para ganhar tempo e votos contra o presidente

Sem votos suficientes para autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o presidente Michel Temer, a oposição quer retardar a votação da denúncia, marcada para a próxima quarta-feira (2).

Deputados de Mato Grosso do Sul estão entre os parlamentares que estudam adotar a estratégia. Eles querem ganhar tempo e aguardar novas delações da operação Lava Jato que, no entendimento deles, podem comprometer ainda mais o chefe do Executivo.

A sessão é aberta com a presença de 51 deputados na Câmara. Mas, para que a votação seja efetivamente iniciada, é exigida a presença de pelo menos 342 deputados em plenário.

Para o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS), Temer não tem condições de permanecer na presidência e enfrenta uma situação semelhante à de Dilma Rousseff, quando foi afastada por um processo de impeachment em 2016. “Lembra bem a Dilma, quando entrou em desgaste. Os países deixaram de comprar as coisas aqui. O Temer no G-20 foi totalmente desprezado”, compara. 

Na avaliação do parlamentar sul-mato-grossense, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “é o único que tem credibilidade no governo”. Dagoberto afirma ainda que aguardar mais um ano, até as eleições, para trocar o presidente será prejudicial para o país. “[Temer] tem que ser investigado e punido. Se ele sair, vai ser melhor”.

Zeca do PT é outro que quer Temer fora da presidência e pretende participar da manobra para adiar a votação. “Na terça, vamos discutir, mas a estratégia, em princípio, é não dar quórum”, afirmou.

A bancada de Mato Grosso do Sul está dividida com relação ao presidente. Zeca, Dagoberto e Vander Loubet (PT) são contra a permanência de Temer. Enquanto, Carlos Marun (PMDB) faz parte da tropa de choque do presidente, Tereza Cristina (PSB) tem sido sondada para migrar para uma legenda da base de apoio e Elizeu Dionizio (PSDB) já votou a favor do chefe do Executivo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), quando os deputados rejeitaram parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendava prosseguimento da denúncia.

Mandetta (DEM) e Geraldo Resende (PSDB) ainda não declararam o voto. O democrata não foi localizado nesta sexta-feira (28) para falar sobre o assunto. Já Resende afirmou que vai votar consultar os seus eleitores. “O PSDB deixou liberada a bancada para votar de acordo com a consciência. Vou conversar com a minha base eleitoral e ver o que eles pensam”, disse.

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