MPF diz que Delcídio mentiu e pede absolvição de Lula no caso Cerveró

Procuradoria quer cortar benefícios da delação do ex-senador

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Procuradoria quer cortar benefícios da delação do ex-senador

O Ministério Público Federal pediu o corte dos benefícios da delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral e a absolvição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso da compra do silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró. Para a Procuradoria da República, o ex-parlamentar mentiu ao afirmar que o silêncio de Cerveró foi encomendado ou interessava a Lula. A decisão pode ser conferida aqui.

No entendimento do procurador da República Ivan Cláudio Marx, o silêncio de Cerveró interessava ao próprio senador à época. Segundo a Procuradoria, Cerveró recebeu R$ 250 mil para não firmar acordo de colaboração premiada ou para, se fizesse, proteger Delcídio do Amaral.

“O réu DELCÍDIO DO AMARAL tinha interesse em que não se produzisse prova em seu desfavor e sabia que Nestor Cerveró estava em posição especialmente favorecida para tanto, pois ambos atuaram em quadrantes próximos, ainda que em núcleos distintos, da organização criminosa investigada pela Procuradoria-Geral da República no Inquérito nº 3989/STF”, diz trecho do documento do MPF do Distrito Federal.

O que ele queria esconder

De acordo com o MPF, Delcídio queria evitar que Nestor Cerveró firmasse o acordo de colaboração premiada para impedir a revelação de que o então senador recebeu R$ 4 milhões da construtora UTC, como propina e que o dinheiro foi usado em caixa dois em sua campanha ao governo de Mato Grosso do Sul. Cerveró chegou a informar que que os valores haviam sido destinados à campanha presidencial de Lula naquele ano de 2006.

“Delcídio estava agindo apenas em interesse próprio. E Cerveró estava sonegando informações no que se refere a Delcídio, e não sobre Lula, a quem inclusive imputava fatos falsos, no intuito de proteger Delcídio”.

Os depoimentos de Delcídio na colaboração e à Justiça levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas.

Bumlai

Em alegações finais, o MPF afirmou que Delcídio mentiu sobre o dinheiro dado por José Carlos Bumlai, por intermédio do filho, Maurício Bumlai. O ex-senador havia afirmado que encaminhou a entrega das cinco parcelas de R$ 50 mil ao ex-diretor da Petrobras a pedido do ex-presidente Lula.

A afirmação é contestada e desmentida em depoimentos de José Carlos e Maurício Bumlai. Eles confessaram ter entregue R$ 100 mil a interlocutores de Delcídio, mas sustentaram que tratava-se de ‘empréstimo’ a ele.

Lula

Na avaliação do MPF, Lula deve ser absolvido no processo. A Procuradoria se manifestou também pela absolvição do banqueiro André Esteves. O procurador afirma que não há provas de que eles participaram do esquema criminoso.

Ele pede que sejam condenados o ex-senador Delcídio Amaral, o advogado Edson de Siqueira Ribeiro Filho e os demais denunciados: Maurício Barros Bumlai, José Costa Barros Bumlai e Diogo Ferreira Rodriguez. No caso de Diogo, benefícios decorrentes da colaboração devem ser mantidos.

O Midiamax tentou falar com Delcídio, mas ele não atendeu aos telefonemas.

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