Casos serão julgados em Brasília e São Paulo
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato, tirou do juiz federal Sérgio Moro a competência para julgar três casos que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tiveram origem nas delações premiadas de ex-sócios e executivos da Odebrecht.
As investigações deixarão de ser julgadas pela Vara Federal de Curitiba, onde Moro atua, e passarão para os tribunais da Justiça Federal de São Paulo e Brasília.
Fachin acatou os argumentos das defesas do ex-presidente Lula e do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) de que os casos investigados não tinham relação direta com a Operação Lava-Jato, ou seja, não deveriam ser submetidas à responsabilidade de Sérgio Moro.
Um dos casos envolvendo o ex-presidente Lula que foi enviado à Justiça Federal de São Paulo trata do suposto pagamento de uma “mesada” pela Odebrecht a um irmão do ex-presidente.
Já a Justiça de Brasília julgará casos ligados à suposta liberação de empréstimos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) à Odebrecht em Angola, e ao pagamento de propina nas usinas de Santo Antônio e Jirau.
O ex-deputado Cunha é investigado por suposta tentativa de obstruir a Justiça, após sugerir à Odebrecht que contratasse uma perícia para apurar inconsistências nos depoimentos dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff.
A investigação de Cunha também correrá na Justiça Federal de Brasília. Tanto o ex-deputado quanto o ex-presidente negam que tenham participado de quaisquer irregularidades.
(com supervisão de Evelin Cáceres)