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Na segunda-feira dia 6, o deputado federal Victório Galli (PSC-MT) compartilhou em sua página no Facebook uma ilustração em que Jesus Cristo aparece “protegendo” uma criança de Mickey Mouse, personagem-símbolo da Disney.
Na ilustração, feita pelo Desenhista que Pensa, página de ilustradores que se identificam com o pensamento de direita, Jesus pede que o rato mais famoso do mundo não mexa com seus “pequeninos”.
Na última quinta-feira, em entrevista à rádio Capital, de Cuiabá (MT), o deputado voltou a chamar o símbolo da Disney de homossexual e acusou a empresa de fazer apologia ao “gayismo”. “Em relação a essa situação do Mickey e da Disney, a gente vê que, em todas as suas atuações, eles fazem apologia ao ‘homossexualismo’. Inclusive o Mickey, se você fizer um estudo profundo como eu já fiz, ele é homossexual. As pessoas estão enganadas com essa mensagem subliminar que a Disney está passando para a sociedade, principalmente às nossas crianças.”
Confira abaixo trecho da entrevista em que deputado fala sobre personagens da Disney:
Ao ser questionado pelo jornalista sobre o fato de o Mickey namorar com a Minnie, o deputado acredita ser um relacionamento de fachada. “Isso é o que eles fazem para enganar as pessoas. O objetivo é destruir famílias”, disse. E continuou: “O próprio nome dele em relação aos exemplos que fazem, as cores, assim por diante, você vê uma mensagem subliminar que ele está fazendo uma apologia e apoiando a questão gay.”
O deputado não citou mais detalhes que comprovassem que o Mickey seria gay. “Eu não tenho aqui em mãos, como passar os pontos nesse sentido. Mas a mensagem, a forma como se coloca, de transmitir a linguagem para nossas crianças, tudo leva nesse sentido”, explicou o deputado. “Há 80 anos, o Mickey vem enrolando a Minnie, nunca casou com ela, lá ninguém tem pai, é só tio. Aqueles patinhos… Quem sabe quem é o pai daqueles patinhos? Só chama de tio, que família que é essa?”
Mas, segundo Galli, o Mickey não é o único personagem “gay” da Disney: “Infelizmente outro filme em que os personagens transmitem mensagem em relação ao ‘homossexualismo’ é aquele desenho animado do leão, o Rei Leão. Na realidade é outra mensagem que transmite a apologia ao ‘gayismo’. É na questão que o Rei Leão deveria ser um animal feroz, de transmitir respeito aos outros animais, ele se torna um animalzinho frágil, que carece de proteção dos outros”, citou.
Galli, que é professor e pastor evangélico da Assembleia de Deus e está no seu terceiro mandato como deputado federal, afirmou que não tem “nada contra gays, apenas contra o ativismo LGBT” e que sempre vai “alertar quando o alvo forem crianças”, defendendo aquilo no que acredita.
Na última sexta-feira, 10, após a polêmica, o deputado postou em sua página do Facebook uma nota de esclarecimento, em que diz que suas críticas foram baseadas em um beijo gay exibido recentemente num desenho da produtora e no casal homossexual do live-action de “A Bela e a Fera”, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 16.
As críticas de Galli à Disney vieram na mesma semana que outro pastor da Assembleia de Deus, Silas Malafaia, abriu polêmica ao propor um boicote ao estúdio norte-americano, motivado pelo primeiro beijo gay exibido em uma animação, o desenho Star vs. As forças do mal, do Disney Channel. Na cena, vários casais se beijavam durante um show – entre eles gays, héteros e idosos. “A safadeza da Disney em querer erotizar e ensinar homossexualismo a crianças chegou em seus desenhos”, escreveu Malafaia.