Marquinhos fala em ‘preservar pureza da criança’ ao comentar quadro polêmico

Prefeito disse já ter orientado secretários

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Prefeito disse já ter orientado secretários

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) falou nesta sexta-feira (15) sobre a exposição no Marco (Museu de Arte Contemporânea) que é alvo de apuração da Polícia Civil por supostamente incitar pedofilia. O prefeito afirmou que a censura da exposição deveria ser para pessoas acima de 18 anos.

Durante agenda pública no fim da manhã de hoje, Marquinhos foi questionado sobre a exposição. Ele afirmou ter visto que antes da denúncia feita por deputados na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), a advertência era para menores de 12 anos.

“Não vi os quadros para fazer análise, mas pela foto que eu vi e pela advertência de 12 anos, eu achei que a idade deveria ser acima de 18 anos”, disse o prefeito que ressaltou, ainda, já ter orientado secretários sobre conteúdo de cartazes e informativos afixados nos prédios públicos.

“Que tenha cuidado principalmente com as crianças e adolescentes para que não se fira a inocência delas. Com relação ao tipo do quadro ser de um segmento ou não, para mim não faz diferença porque o estado é laico e assim tenho me pautado, quem quiser que vá ver, desde que preserva a pureza da criança”, completou o prefeito.

Caso de polícia

Diante de toda a polêmica que a denúncia, seguida pela apreensão da tela, causou, o Midiamax conversou com o delegado responsável pelo caso, Fábio Sampaio, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Para ele, o primeiro problema encontrado na exposição foi a idade recomendada para o público.

Assim que a denúncia chegou à delegacia especializada, a classificação da exposição era “não recomendada para menores de 12 anos”. As 31 telas expostas no Marco (Museu de Arte Contemporânea) de Mato Grosso do Sul, na série intitulada ‘Cadafalso’, expõem as violências a que mulheres são submetidas, inclusive a pedofilia, em uma sociedade machista.

Marquinhos fala em ‘preservar pureza da criança’ ao comentar quadro polêmico

O problema foi resolvido, segundo o próprio delegado, depois que a classificação passou a ser proibida para menores de 18 anos, mas, entre as telas, aquela intitulada ‘Pedofilia’ chamou atenção. Foi pela vivência diária na especializada que a equipe optou pela apreensão da obra em que uma criança é representada entre dois homens com pênis eretos.

“Foi para proteger nossas crianças e adolescentes que apreendemos a obra. Entendemos que a tela tem, sim, apologia ao crime”, defendeu Sampaio. O delegado explicou que a imagem retratada no quadro, da forma que estava sendo colocada, pode causar o efeito reverso ao propósito da artista e estimular o estupro.

 “Entendemos que isso, da maneira que foi colocada, nada contribuí para diminuir os índices de violência contra crianças”. Conforme Sampaio, a preocupação é exatamente a interpretação de que possíveis autores, que tenham contato com a exposição, façam da obra.

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