Investigações foram instaladas em 2015
A Câmara dos Deputados votou pela prorrogação das CPI da Funai (Fundação Nacional do Índio) e do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), criada em novembro de 2015.
Embora passado um ano e quatro meses, as investigações, que visam apontar irregularidades nos dois órgãos, sustentadas por denúncias de fraudes na demarcação de terras indígenas e quilombolas, ainda não apresentou qualquer desfecho. As CPIs já foram prorrogadas por quatro vezes.
Desta vez, a prorrogação conquistou 236 votos favoráveis, 34 contrários e cinco abstenções. A CPI tem 60 dias para apurar eventuais ilegalidades a partir do dia 27 deste março, segunda-feira próxima.
Esta investigação interessa e muito o Estado de Mato Grosso do Sul, dono da segunda maior população indígena do país e também um dos Estados com maior número de sem-terra aguardando pela reforma agrária.
Elizeu Dionízio (PSDB), deputado federal de MS, que votou favorável à prorrogação disse a razão do tempo de investigação disse que : “este número de prorrogações mostra o quanto é difícil obter informações sobre as entidades envolvidas e que incentivam as invasões de terras pelo país afora. Temos de saber para onde vai o dinheiro público que é destinado a estes dois órgãos. Hoje, não sabemos isso e nem temos informações sobre quais entidades estão atuando nas aldeias indígenas. Sabemos que eles incitam os indígenas, isso nós sabemos”, opinou o parlamentar, acrescentando que ainda falta ser feita a leitura do relatório, que tem mais de mil páginas.