Geraldo Resende defendeu governador

As denúncias sobre suposto esquema de propina de frigoríficos mediante concessão de benefícios fiscais junto ao governo de Mato Grosso do Sul assombram o governo desde a semana retrasada, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou os vídeos das delações dos irmãos Wesley e Joesley Batista, proprietários da JBS Foods.

No domingo (28), uma reportagem do fantástico divulgou um vídeo em que, supostamente, José Ricardo Guitti Guimaro, o Polaco, assessor especial do governo, negociando com José Berger, dono de fábrica que processa couro de gado. A negociação seria, supostamente, em nome do ex-secretário da Casa Civil, Sérgio de Paula, afastado do governo. Nas delações, Joesley Batista já havia afirmado que no Estado, o esquema de propinas abrange ‘dos pequenos aos grandes’.

O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) criticou as denúncias, defendeu o governador e afirmou conhecer um dos empresários, que chamou de ‘muito enrolado’. “Primeiro eu defendo a apuração minuciosa dessas denúncias, eu inclusive conheço um dos empresários, a gente já o conhece há algum tempo lá de Dourados e sei que é um empresário muito enrolado”.

“Já o conheço e sei que é muito enrolado na questão de no bom encaminhamento das suas empresas. E sei muito bem que teve vários feitos desfavoráveis na sua história como empresário”, declarou.

O tucano defendeu Azambuja. “Conheço o governador e tenho um apreço especial por ele, conheço desde quando ele era empresário, foi chamado a ser prefeito, foi um verdadeiro chamamento que a sociedade fez a ele. Sei que é extremamente respeitado no meio empresarial. Tanto é que se elegeu governador quando ninguém acreditava”, comentou.

Empresas sonegadoras

O deputado chamou as delações de ‘denuncismo com objetivo de manchar as biografias’. “Tenho absoluta certeza que o governador está respondendo. Tenho absoluta certeza de que essas empresas são contumazes sonegadores de imposto do estado. Acho que são pessoas que tem problemas e utilizam estratégias pra constranger a cobrança daquilo que é devido ao estado”, complementou o tucano.

Denúncias

José Ricardo Guitti Guimaro, o Polaco, procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência em que admite as conversas com os empresários autores da denúncia e ainda implica um assessor especial do Governo na suposta negociata, Zelito Alves Ribeiro.

Os registros na Polícia aconteceram quando eles teriam sabido que o escândalo poderia estourar com a exibição dos vídeos, e na sequência Sérgio de Paula, o principal acusado pelos empresários, foi exonerado do cargo de chefe da Casa Civil, como principal medida da Reforma Administrativa da gestão Azambuja. 

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) divulgou uma nota acusando os empresários que denunciaram um suposto esquema de pagamento de propina em troca de benefícios em seu governo de ‘picaretas’ e ‘fraudadores’.

Azambuja afirma que os empresários que apareceram no Fantástico com denúncias de só conseguiam licenças para atuar pagando propina a agentes do governo tucano, emitiram mais de R$ 200 milhões em notas frias de empresas fantasmas.

Segundo o governador, o Estado move uma ação contra os empresários, com documentos no qual os empresários são acusados de fraudar o Fisco, e já teriam sido autuados em novembro do ano passado.

O processo, afirma Azambuja, tem mais de mil páginas e já foi encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual) e MPF (Ministério Público Federal). Ele ainda acusa um dos empresários denunciantes, José Alberto Berger, dono de um curtume, de abater gado e emitir notas frias de couro para receber isenção de imposto.