Senadora teria recebido dinheiro oriundo de Ministério

Em acordo de delação com o MPF (Ministério Público Federal), o administrador Marcelo Maran, investigado na Operação Custo Brasil, apontou os caminhos do dinheiro e a forma como foram feitos repasses ilegais para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT), presidente do partido petista, e do ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, seu esposo.

A Operação Custo Brasil é um desdobramento da Operação Lava Jato em São Paulo. Na operação, foram investigados contratos de empréstimos consignados junto ao Ministério do Planejamento alvos de um esquema de desvio de verbas. Maran estaria envolvido no esquema.

Ele atuava no escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves, apontado como o responsável pelos repasses para o casal Hoffmann e Bernardo. Maran detalhou aos procuradores o caminho da propina para a senadora e o ex-ministro, segundo a Folha de S. Paulo.Delação no MPF aponta esquema de propina para Gleisi Hoffman e marido

Desde abril o administrador trabalha junto aos procuradores. Ele teria apresentado notas fiscais forjadas para justificar despesas de Hoffmann e Bernardo, e também teria indicado quais eram os fins de dinheiro vivo que teria sido repassado ao casal.

Maran foi preso em agosto de 2016, acusado de coagir testemunhas, mas recebeu um habeas corpus. Em sua delação, também são citados outros agentes públicos e políticos que não eram investigados na Operação Custo Brasil. O depoimento ainda não foi homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A defesa da senadora Gleisi Hoffmann disse que “não vai comentar vazamento de possível acordo de delação que sequer foi homologado”, e disse que a parlamentar nunca teve contato com Maran. Os advogados de Paulo Bernardo negam as acusações e dizem que aguardam a Justiça resolver o caso.