Para deputados o sentimento é de derrota do trabalhador

Os únicos deputados da bancada federal de Mato Grosso do Sul que votaram não à , aprovada na noite de ontem, quarta-feira (26), no plenário da Câmara, esperam que a greve geral convocada por entidades sindicais para amanhã, sexta-feira (28), possa mostrar a indignação dos trabalhadores com as mudanças propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB).

“Foi uma coisa trágica (aprovação da reforma), acho que reforça a mobilização dos trabalhadores para a greve de amanhã. O governo (Temer) está desacreditando (da greve geral), mas vai se surpreender”, afirmou Zeca do PT.

Para o deputado Dagoberto Nogueira (PDT), sentimento nesta quinta-feira (27) é de derrota. “Acho que essa questão do acordado sobrepor ao legislado num momento de crise, imagina o prejuízo para os trabalhadores, vão ter que acatar o que patrão determinar para não perder o emprego. No momento em que o trabalhador mais precisa do respaldo da legislação, ele vai deixar de ter”, disparou o pedetista.

Enquanto Zeca espera que o Senado se sensibilize com a greve geral de amanhã, e possa rejeitar a reforma trabalhista, Dagoberto acredita que os senadores, em sua opinião mais conservadores, aprovem com mais facilidades as mudanças que afetam diretamente o trabalhador.

Em suas redes sociais, o deputado Vander Loubet (PT) também criticou o governo Temer pelas reformas. Para ele, as mudanças aumentam exploração e retiram direitos dos trabalhadores.

“É preciso que a população trabalhadora se junte às mobilizações que estão sendo feitas (como a Greve Geral marcada para amanhã, dia 28) para tentar frear o ataque aos direitos e garantias dos trabalhadores. Não se engane com o discurso do governo ilegítimo e dos golpistas, em lugar nenhum do mundo foram gerados empregos a partir do fim dos direitos trabalhistas. O que gera emprego é crescimento econômico”, destacou Vander.

Favoráveis

A reportagem tentou contato com os deputados de MS favoráveis à reforma que, para representantes dos trabalhadores, retiram direitos garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas não obteve sucesso.

Elizeu Dionizio (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Tereza Cristina (PSB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Carlos Marun (PMDB) não atenderam as ligações até o fechamento da matéria.

Greve Geral

O Fórum Estadual Contra a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista espera participação na paralisação de mais de 200 entidades, diversas categorias e setores que vão do transporte público e privado à saúde pública.

A greve geral que ocorre na sexta-feira (28) contra as reformas em vigência no Congresso, projetos do Executivo Federal são estimadas pelas centrais como a maior dos últimos 30 anos é uma resposta às Reformas da Previdência, Trabalhista e contra a aprovação da terceirização total.

 A greve terá um ponto de encontro, às 8h, na Praça Ary Coelho, região central. Não há um itinerário confirmado, mas as categorias devem marchar pelo centro. O Comitê espera um número maior do que o último protesto no dia 15, que levou cerca de 15 mil pessoas para a rua.