Presidente e ministros se recusaram a se levantar e aplaudir Moro

Durante a entrega de premiações aos brasileiros do ano, da revista Isto É, o constrangimento entre o juiz Sérgio Moro e o presidente Michel Temer (PMDB) ficou evidente na noite desta terça-feira (5), quando o peemedebista se recusou a levantar-se durante a entrega de prêmio ao magistrado.

Moro foi o vencedor do prêmio “Brasileiro de 2017”. Ele é responsável pelas decisões em primeira instância sobre os casos da Lava-Jato, no Paraná. Além de Temer, outros membros do governo deixaram de se levantar durante a entrega do prêmio a Moro.

Além de Temer e Moro, estava no palco também o ministro Henrique Meirelles (PSD) e o ministro Moreira Franco (PMDB). Ele e Temer foram denunciados por corrupção passiva pela PGR (Procuradoria Geral da República), no inquérito sobre o “quadrilhão” do PMDB.

Também no palco estava o candidato ao governo de São Paulo, Paulo Skaf (PMDB), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ambos citados na delação da Odebrecht, assim como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).'Climão' marca premiação de Sérgio Moro ao lado de Temer e ministros

Quando Moro subiu ao palco para receber seu prêmio, Temer, Moreira Franco, Meirelles e Eunício se recusaram a levantar e aplaudir a premiação do juiz.

Durante seu discurso após a premiação, Moro pediu que o presidente Temer use “seu poder” para influenciar o STF a não mudar o entendimento sobre prisões em segunda instância. O juiz também pediu mais recursos para a Polícia Federal e órgãos de combate à corrupção.

“Pedindo a devida vênia ao ministro Meirelles, vejo que os investimentos são necessários para o refortalecimento da Polícia Federal. O investimento do Estado contra a corrupção traz seus frutos”, disse.