Eles alegam tentativa de desviar atenção dos problemas

Na opinião de vereadores, o tumulto ocorrido na Câmara Municipal na manhã desta quinta-feira (5) teria sido premeditado pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). De acordo com alguns parlamentares, indícios apontam para “ação planejada” do executivo, em “tentativa de desviar atenção da população para os problemas decorrentes da negociação salarial e das greves”.

Para Carlão (PSB), por exemplo, o grupo de apoiadores de Bernal foi até a sessão apenas para “fazer bagunça”. Ele diz que João Rocha foi ‘’sábio’’ ao decidir encerrar o expediente da Casa e atender o representante do Sisem fora do plenário.

Ao fim desta reunião, na sala do presidente João Rocha, os vereadores Edil Albuquerque (PTB), Herculano Borges (SD), Magali Picarelli (PSDB) e Gilmar Cruz (PRB), estimaram que mais de 200 manifestantes pró-Bernal “invadiram a Casa de Leis”.

“São todos comissionados do Bernal. Se quisessem protocolar pedido de cassação do Durães como disseram, nomeariam representantes e apresentariam na Casa” afirmou Carlão, exemplificando com o pedido de impeachment de Dilma, proposto por dois juristas. “Não precisa de toda essa gente. Vieram fazer baderna, afrontar o legislativo em horário que deveriam estar trabalhando. Não é pra isso que a população paga esses comissionados. Ao invés de trabalhar estavam aqui instigando briga”, complementou Edil.

Em seguida, o presidente João Rocha afirmou que a decisão de encerrar a sessão ocorreu por uma questão de segurança. Segundo ele, o comportamento “afrontoso” dos apoaiadores do prefeito, “demonstrava ação planejada”. “Engraçado que chamaram até a imprensa para avisar sobre a vinda dessas pessoas pra cá. Sabiam que a casa ia superlotar, tanto é que enviaram reforço da guarda municipal mais tarde”, afirmou, recebendo aval dos demais vereadores.

Superlotação

A Casa já estava cheia de membros do Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande, que protestavam sobre o impasse sobre projeto de reajuste salarial, quando outro grupo começou a entrar no local. Gritando “Gaeco” e “Durães respeita minha mãe”, apoiadores do prefeito também entraram, deixando a Casa superlotada.

O presidente do Sisem, Marcos Tabosa, usando a tribuna, despejava críticas ao prefeito, quando passou a ser vaiado pelo grupo. A partir daí, o presidente da Câmara, vereador João Rocha, interrompeu a sessão algumas vezes pedindo silêncio dos presentes, até decidir pelo encerramento total, contrariando a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), que sinalizava interesse em discursar contra declarações polêmicas de Roberto Durães (PSC).