Relação entre Executivo e Legislativo nunca foi harmoniosa

Durante a sessao desta quinta-feira (30) na Câmara da Capital, mais uma onda de críticas à gestão do prefeito (PP) marcou a manhã. Desta vez, o motivo foi um suposto de gesto de ‘falta de educação' e acusação do titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) contra um vereador.

O petista Ayrton Araújo contou aos colegas que conversava com o secretário de saúde, Ivandro Fonseca, e pedia esclarecimentos sobre a falta de medicamentos na cidade, quando este ‘desligou o telefone em sua cara', alegando ‘estar cansado das ameaças feitas por vereadores'.

“Quero que ele venha e diga o nome de quem o ameaça e prove essa acusação. Em vez de se preocupar com a obrigação dele que é a saúde, fica arrumando desculpa pra sua incompetência”, disparou Ayrton.

Procurado pela reportagem, o secretário de saúde contou que foi procurado pelo vereador na noite de ontem, quarta-feira (29), e que este lhe teria feito acusações infundadas. “Ligou me ameaçando. Não vou admitir desaforo, não tenho compromisso com coisa errada. Estou à disposição de todos, se for para trabalhar em prol da população”, rebateu Ivandro.

O titular da Sesau afirmou ainda que pretender entrar com uma representação contra o vereador pelas ameaças sofridas. “Neste parlamento já xingaram a mãe do prefeito, já ameaçaram cortar minha garganta porque descobri que tinha vereador querendo furar fila (em unidade de saúde) e outro que recebia sem comparecer na unidade de saúde, e agora vem esse vereador fazendo acusações que não tem procedência”

Imensa maioria na Casa, a bancada de oposição ao prefeito aproveitou para criticar o secretário e a gestão de Bernal. A vereadora Carla Stephanini (PMDB) afirmou que o comportamento do secretário comprova seu ‘desequilíbrio' e ‘destempero'. “Já demonstrado em situações anteriores”.

Carlão (PSB) chegou a compará-lo ao titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Nelson Tavares (PSDB), e disse que o colega petista ‘perdeu tempo' ao entrar em contato com Fonseca.

Diante das manifestações, a Câmara aprovou um requerimento cobrando, para a próxima terça-feira (5), a convocação do secretário da saúde para prestar esclarecimentos sobre o fato.

“A convocação não trará solução nenhuma. Será só um palanque para ele provar que é uma pessoa despreparado e sem menor concepção da coisa pública”, disparou Mario Cesar (PMDB).