“Chegando a 10 milhões de desempregados”

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), acusou o advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, de agir com cinismo ao não admitir os argumentos apresentados pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator na Câmara dos Deputados do pedido de abertura de processo de impedimento da presidente da República Dilma Rousseff.

“Ouvi atentamente o ministro Jose Eduardo Cardozo. O que vimos foi uma peça cínica, que não reconhece o relatório que mostra indícios de crimes que merecem ser analisados pelo Senado Federal”, disse Bueno. “Se há indicio, tem que ser processado; não há ninguém acima da lei. O maior exemplo deve partir da própria presidente da República e não tentar evitar a prisão do Lula nomeando ele ministro”, continuou o líder do PPS, defendendo a aprovação da abertura do processo pela Câmara e o consequente julgamento pelo Senado.

Bueno citou indicativos econômicos, como a taxa de desemprego, e relatórios do Banco Central para criticar a política econômica praticada pelo PT nos últimos anos. “Não vamos mais aceitar essa narrativa cínica daqueles que tentam omitir a realidade. É de 60 bilhões de reais o déficit com as pedaladas fiscais da presidente Dilma Rousseff”, afirmou.

O líder do PPS também enfatizou: “Estamos chegando a 10 milhões de desempregados graças à fraude fiscal da presidente Dilma, o que é crime de responsabilidade”. O deputado lembrou, ainda, que participou da votação da Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000, e “o PT votou contra a proposta”.

O deputado Alex Manente (SP), que usou parte do tempo do PP para falar, também defendeu a necessidade de votar a admissibilidade do processo contra Dilma Rousseff. “Nosso partido votará 100% a favor da abertura do processo”, disse.

Por outro lado, o líder do PHS, deputado Givaldo Carimbão (AL), comentou a divisão do País durante a última eleição presidencial e disse que isso teve reflexos no governabilidade da presidente. “Eu cito Lênin, que dizia que a politica é o motor da economia. Governar sem força politica é difícil. Quando ela [Dilma Rousseff] começou a ter dificuldade com as ‘pautas bomba’, ela começou a ver o declínio da politica econômica e da questão social”, afirmou Carimbão, revelando voto contra a abertura de processo contra a presidente.

Carimbão destacou conquistas sociais dos governos Lula e Dilma e sustentou que não existe previsão legal para impeachment por queda de popularidade. “Estamos vivendo uma falta de apoio político e isso levou a uma crise econômica“, disse o líder do PHS, ao anunciar que a bancada está liberada para votar como quiser. O deputado, por fim, criticou os boatos de compra de votos de parlamentares para votarem contra o impeachment. “Se há indício, que se dê nomes, porque aqui há muitos homens honrados e eu com mais de 30 anos de vida politica não admito esse tipo de acusação”, finalizou.

Vice-líder do partido, o deputado Pastor Eurico (PE) considera válido citar coisas boas realizadas no governo do PT, mas disse que isso não pode ser usado para defender a presidente.

“O PT não pode se achar o Robin Hood – tirar dos ricos e dar para os pobres. Hoje ele tira dos ricos e dos pobres para enriquecer seus aliados. É isso que a justiça está revelando e o Brasil está vendo”, disse, ao defender voto pelo impeachment.  A comissão segue reunida no plenário 1.