“Deixa correr com naturalidade” 

O deputado Pepe Vargas (PT-RS) defendeu, há pouco, a honestidade da presidente da República e disse que Dilma Rousseff “deixa correr com naturalidade” as investigações da Operação Lava Jato. Ele é o 308º parlamentar a falar na sessão do Plenário da Câmara dos Deputados que discute a abertura do processo de impeachment.

Ao ressaltar que a presidente não é investigada por nenhum ato de corrupção, Vargas considerou uma contradição o fato de Dilma “ser julgada por mais de 200 deputados que são indiciados ou respondem por crimes”.

Ele também criticou a proposta “Uma Ponte para o Futuro”, articulada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que em sua opinião “coloca por terra direitos sociais conquistados nos últimos anos, com o fim do reajuste salarial e a desvinculação de recursos para saúde e a educação”.

O deputado Silvio Torres (PSDB-SP) defendeu o prosseguimento do impeachment. “Não houve processo mais democrático do que este, que mobilizou as ruas e redes sociais; houve embates, mas nenhuma vítima”, disse. Ele reforçou que a votação do pedido na Câmara, prevista para amanhã, “é um grande passo para o fim de uma era em que predominou o populismo irresponsável”.

Sobre os possíveis crimes cometidos pela presidente, Torres citou a obstrução da Justiça para impedir a delação premiada do senador Delcidio do Amaral (sem partido-MS) e a indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para chefiar a Casa Civil.

Muro na Esplanada
O deputado Caetano (PT-BA) refutou o impeachment como “golpe” com o intuito de afastar uma presidente democraticamente escolhida por 54 milhões de brasileiros.

Na avaliação de Altineu Côrtes (PMDB-RJ), o muro levantado na Esplanada dos Ministérios para dividir os manifestantes contra e a favor do impeachment marca “a história triste do momento que atravessamos”. Côrtes declarou apoio ao impeachment. “Dilma não é desonesta, mas não foi capaz de escolher seus assessores que a levaram a cometer crime de responsabilidade”, sustentou.

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) falou em defesa da presidente e dirigiu críticas ao processo de impeachment. “Aqui vêm parlamentares que falam de corrupção, mas ninguém fala da lista da Odebrecht”, disse.

Favorável ao impedimento, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) denunciou o tráfico de influência contra o impeachment: “O povo amanhã vai conferir: quem faltar, é por que se vendeu; quem vier e se mantiver em posição firme, seja contra ou a favor, há de ser respeitado”.