Confira o que foi publicado nos Estados Unidos

Após ter ocupado posição de destaque durante as Olímpiadas, o Brasil agora é notícia nos jornais norte-americanos por conta do Impeachment da presidente Dilma Roussef. Veja o que alguns dos maiores jornais dos Estados Unidos estão dizendo sobre o momento político do país.

O New York Times diz que o impedimento de Dilma é um atestado sobre seu governo e que a decisão coloca um fim definitivo no governo do PT.

“Mas a remoção final de Dilma, que foi suspensa em maio, para enfrentar o julgamento, foi muito mais do que um juízo de culpa em qualquer acusação. Foi um veredito sobre sua liderança e as fortunas que escorregam do maior país da América Latina.

O impeachment coloca um fim definitivo a 13 anos de governo pelo Partido dos Trabalhadores, de esquerda , uma época em que a economia do Brasil cresceu, elevando milhões para a classe média e erguendo o perfil do país no cenário global.”

 

O Los Angeles Times afirma que o foco dado durante as olimpíadas recai agora sobre a questão da crise. Destaca as  manifestações contra o Impeachment, mas faz a ressalva de que são menores do que aquelas que pediam a saída de Dilma.

“Embora o Brasil tenha caído nas nas boas graças a na atenção do mundo durante os Jogos Olímpicos deste mês, ele continua sobrecarregado por uma recessão paralisante, uma investigação em curso sobre a corrupção generalizada e uma crise de confiança no sistema político.
Nos últimos dias, como Rousseff afirmou enfaticamente sua inocência e acusou as elites de orquestrar um “golpe “, manifestantes em algumas cidades entraram em confronto com a polícia e incêndios bloquearam muitas avenidas, mas as manifestações foram menores do que aqueles que pedia sua deposição no início deste ano e levou à sua suspensão temporária em maio.”

Já o Chicago Tribune menciona que o motivo principal do impedimento do mandato da presidente é a Lava-Jato, inquerito pelo qual muitos dos que votaram contra Dilma estão ameaçados.

“No pano de fundo de toda a luta estava uma investigação abrangente em bilhões de dólares em propinas a companhia petrolífera estatal Petrobras. O inquérito de dois anos levou à prisão de dezenas de empresários e políticos de todo o espectro político, e ameaça muitos dos mesmos legisladores que votaram para remover Rousseff.”

O Chicago Tribune fala ainda sobre o descontentamento dos brasileiros com a administração de Temer.

“O afastamento de Dilma cria muitas perguntas que não são facilmente respondidas. Michel Temer, seu vice-presidente que se tornou seu inimigo, vai servir o período restante de seu mandato até 2018. Mas os brasileiros já experimentaram o sabor de liderança de Temer, e eles estão claramente impressionado.
Em maio, Temer assumiu como presidente interino após o Senado ter cassado e suspendido Rousseff. O político de 75 anos de carreira nomeou para seus ministérios apenas homens brancos, uma decisão muito criticada em uma nação que é composta por mais de 50 por cento de não-brancos. Três de seus ministros foram forçados a renunciar antes de tomar posse de seus cargos por causa de alegações de corrupção, que também seguem Temer e ameaçam sua permanência no poder.”

The Washington Post versa sobre o que seria o real motivo do processo de Impeachment.

“Rousseff foi acusada de irregularidades financeiras – usando os bancos públicos para financiar temporariamente programas sociais e de emissão de decretos de gastos, sem a aprovação do Congresso. Mas muitos brasileiros viram o processo como uma manobra pelos conservadores para derrubar um líder impopular.”

Ainda, o The Washington Post fala sobre as questões econômicas e sobre a perda do grau de investimento do Brasil e que Temer pretende estancar as despesas com uma administração austera e conservadora.

“Sob o comando de Rousseff, primeira mulher presidente do Brasil, a economia contraiu acentuadamente, enquanto o desemprego, a inflação e as despesas públicas aumentaram. O país perdeu sua valiosa classificação de grau de investimento. Durante sua vigorosa defesa no Senado na segunda-feira, Rousseff culpou as condições econômicas globais e o fim do ‘boom’ das commodities como problemas para o Brasil.
Temer, que pertence ao conservador Partido do Movimento Democrático Brasileiro, está tentando introduzir medidas de austeridade, como uma tampa sobre a despesa pública e alterações ao sistema de pensão generosa do Brasil.”