Temer aceitou o pedido nesta sexta

Acusado de ter pressionado o ex-titular da Cultura para liberar uma obra em Salvador, o ministro da Secretaria de Governo, , entregou na manhã desta sexta-feira (25) uma carta de demissão ao presidente , que teria sido aceita pelo presidente, segundo agências.O anúncio oficial deve ser feito ainda nesta manhã.

Nesta quinta-feira (24), vários jornais publicaram o teor do depoimento prestado nesta semana pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à PF (Polícia Federl). Calero disse aos policiais que, durante uma audiência no Palácio do Planalto, Temer interveio em favor dos interesses do ministro da Secretaria de Governo.

O ex-ministro da Cultura, que pediu demissão na última sexta (18), gravou a conversa que teve na semana passada com Temer no Planalto, informou o Bom Dia Brasil. Procurado pela TV Globo, Calero disse que não pode falar desse assunto.

Depoimento à PF

No depoimento à PF prestado na última quarta (23), o ex-ministro disse que Temer o “enquadrou” para que ele encontrasse uma “saída” para desembargar a construção do condomínio La Vue, na capital baiana, no qual Geddel comprou um apartamento.

O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, afirmou que Temer procurou o ex-ministro da Cultura para resolver o “impasse” entre ele, Calero, e o chefe da Secretaria de Governo.

Segundo o colunista do G1 Matheus Leitão, a Procuradoria Geral da República (PGR) deve pedir a abertura de investigação para apurar se o ministro Geddel Vieira Lima fez tráfico de influência ao pressionar o ex-colega da Esplanada dos Ministérios.

Caberá agora ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avaliar se pede autorização ao Supremo para investigar o ministro da Secretaria de Governo.

Calero pediu demissão do cargo de ministro na última sexta-feira (18) e, posteriormente, acusou Geddel de tê-lo pressionado a conceder a licença de construção do prédio de luxo localizado em um bairro nobre de Salvador, que havia sido barrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Na condição de ministro, Geddel tem direito ao chamado “foro privilegiado”, ou seja, ser investigado e processado pelo STF, a mais alta Corte do país. Por isso, a investigação precisa ser autorizada por um dos 11 ministros do tribunal.