O novo presidente viajou a China para o encontro

Desde a última quarta-feira (31), primeiro dia do governo efetivo de (PMDB), os protestos tem tomado conta das ruas das principais capitais do Brasil, por setores que questionam a legitimidade do governo e por grupos contrários à saída de Dilma Rousseff (PT).

Na China, durante a viagem que une a cúpula do G-20, o peemedebista buscou minimizar as manifestações, e classificou os atos como ‘ações de pequenos grupos de depredadores'. As informações são do Congresso em Foco.

“São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? Não são movimentos populares de muito peso. Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso”, declarou.

O presidente ainda afirmou que o número é inexpressivo comparado ao ‘conjunto'. “Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo. O que preocupa, isto sim, é que confunde o direito à manifestação com o direito à depredação”, disse a jornalistas brasileiros que acompanham sua viagem, no saguão do hotel em que a comitiva de autoridades está hospedada, em Hangzhou.

Para ele, as manifestações são ‘naturais'. “O tal ‘Fora Temer', tudo bem, é um movimento democrático”, afirmou. “Obter uma pacificação logo no primeiro dia é absolutamente impossível”. Temer, no entanto, criticou as depredações e episódios de violência durante os atos.

Protestos são ‘depredatórios'

Michel Temer ainda afirmou que o que acontece no Brasil são ‘movimentos depredatórios'. O peemedebista volta ao país na próxima segunda-feira (5) e deve chegar a Brasília na terça-feira (6).

“Manifestação democrática é aquela que pode eventualmente sair às ruas e pregar uma ideia. Quando se trata de depredação, não, isso daí não está previsto na ordem normativa. Não há uma norma constitucional ou legal que autorize a depredação. E o que está acontecendo lá são movimentos depredatórios”.

Temer voltou a bater na tecla da legalidade do processo de de Dilma Rousseff. O novo presidente ainda aconselhou  àqueles que o chamam de ‘golpista', afirmando que devem ler a Constituição.

“Quando você tem uma violação do texto constitucional, você pode falar em golpe, porque golpe tem um sentido jurídico, não tem um sentido político. E a palavra golpe foi usada no sentido político e não no sentido jurídico”.

O chefe do executivo nacional acredita que em dois anos o movimento deve se dispersar. “É mais do que natural que nesse momento não haja apoio. Daqui a dois anos, se você me fizer essa pergunta e estiver na mesma situação, daí eu reconheço dificuldades”.

Uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirma que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) monitora a ação de grupos ‘radicais' que promovem depredações durantes protestos contra o impeachment. A avaliação é que as manifestações devem perder força nas próximas semanas e, portanto, não há planos para o envio de reforços da Força Nacional.

A presidência orientou, de acordo com a Folha, para que não se tome nenhuma atitude contra os grupos. Ainda assim, avalia que os governos não podem ficar parados ‘diante de casos de violência'. O GSI tem autorização para atuar em parceria com governos estaduais para coibir a ação de grupos ‘considerados depredadores'. Um organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo está marcado para amanhã (4), na Avenida Paulista.