Bloco do PMDB não quer ser chamado de governo

 

O secretário da Casa Civil de Reinaldo Azambuja (PSDB), Sérgio de Paula, tentou conquistar a paternidade do bloco montado pelo PMDB na Assembleia Legislativa, mas não conseguiu. O partido de André Puccinelli (PMDB) não aceitou ser engolido pelo grupo de Azambuja (PSDB) e correu por fora, mantendo o poder na Assembleia.

“Somos da base, mas o bloco não é do governo”, deixou claro o líder do PMDB, Eduardo Rocha, quando questionado sobre a declaração de Sérgio, de que Azambuja teria dois blocos na Assembleia neste ano.

A própria justificativa de Felipe Orro (PDT) para pular do barco do PMDB evidencia esta separação entre o grupo de Puccinelli e o de Azambuja. “Eles acham que sou oposição. Eu sou governo”, disparou, desfazendo qualquer dúvida de que o grupo não é de Azambuja.

A disputa entre Rocha e o líder do bloco de Azambuja era visível. Cada um pegando assinatura de um lado e com direito a piadas com parlamentares não muito bem vistos entre os colegas. “Está no nosso bloco?”, perguntou um deputado sobre outro colega. “Perdemos no par ou ímpar”, respondeu o líder de um bloco. A piada mostra que os blocos ficaram no muro, tal como a relação entre PMDB e Assembleia: nem tão amigos que não possa virar inimigo e nem tão inimigo que não possa virar amigo.

No final o PMDB montou um bloco com poucos deputados e com surpresa. Mara Caseiro (PMB), que votou contra Azambuja em algumas oportunidades já no primeiro ano, acabou embarcando com o PMDB. Ela é a única do bloco que não é peemedebista, se considerar que Márcio Fernandes (PTdoB) só aguarda a janela para trocar de partido.

Do outro lado o destaque ficou com Lídio Lopes (PEN), que pulou do grupo de Puccinelli para o de Azambuja. Neste caso não houve briga, visto que Lídio será indicado a cargo importante no grupo de Azambuja, sendo um dos representantes na CCJ, por onde passam todos os projetos da Casa. Assim, o tempo poderá dizer se Azambuja perdeu ou ganhou ao exigi-lo em seu bloco.