37 horas seguidas 

O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) dirigiu, há pouco, duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff durante discurso na oitava sessão que discute o processo de impeachment. A discussão do tema já dura pouco mais de 37 horas seguidas no Plenário.

Segundo o parlamentar, o que a oposição chama de “golpe”, foi, na verdade, uma série de “usurpações” com recursos públicos.

Ele citou as denúncias de fraudes dos fundos de pensão (Correios, Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica) que culminaram em prejuízo de bilhões para as estatais, que será pago pelo cidadão com o aumento da carga tributária. Mudalen complementou sua fala com críticas aos cortes na área de Educação, “em mais de R$10 milhões”, nos últimos anos.

“Golpe foi o que fizeram com os beneficiários dos fundos, com a população. Hoje o povo brasileiro chora lágrimas de sangue por causa deste partido que arrasou a nação”, afirmou o parlamentar.

Já para o deputado Angelim (PT-AC) não há fato jurídico que justifique o afastamento da presidente. “O processo de impeachment é uma via excepcional que não pode ser banalizada com suposições”, disse.

“A história irá julgar aqueles que hoje flertam com interesses políticos”, disse Angelim. Ele ressaltou que o modelo presidencialista exige crime de responsabilidade evidente para destituir um presidente, o que na sua avaliação não foi observado no processo em curso na Câmara.

Orçamento

Para o deputado Arolde de Oliveira (PSC-RJ), não restam dúvidas de que a presidente infringiu a legislação orçamentária. Ele mencionou relatório do Banco Central que aponta prejuízo de R$ 60 bilhões com atrasos nos repasses da União a bancos públicos, mediante o mecanismo conhecido como “pedalada fiscal”.

O deputado Pedro Uczai (PT-SC) classificou o debate sobre o impeachment da presidente como “discurso de intolerância e ódio”.

Já o deputado Roberto Alves (PRB-SP), favorável à destituição da presidente, pediu coerência aos parlamentares no domingo, quando será iniciada a abertura da votação do processo de impeachment.