Disputa pelo comando da Câmara une PSDB, DEM e PMDB
A vereadora Délia Razuk (PR) foi diplomada no início da tarde desta segunda-feira (12) para o cargo de prefeita de Dourados, município distante 228 quilômetros de Campo Grande. Antes da posse, contudo, que só deve ocorrer no próximo dia 1º de janeiro, ela já enfrenta uma oposição de bastidores, em discussões que envolvem a disputa pela presidência da Câmara de Vereadores.
Nos corredores do poder o nome do ex-prefeito Braz Melo (PSC), aliado da prefeita eleita, é apontado como o preferido dos governistas para chefiar o Legislativo. Alça-lo a esse cargo traria, conforme interlocutores da futura chefe do Executivo, maior tranquilidade no decorrer do governo, a partir de 2017.
Mas vereadores eleitos por partidos adversários na disputa majoritária já articulam um grupo com o objetivo de desbancar o nome governista para presidência da Câmara. DEM, PSDB e PMBD demonstram consenso em torno do democrata Pedro Pepa, atual 2º secretário da Casa de Leis, cotado para assumir o comando do Legislativo.
O argumento utilizado por esses parlamentares é a proporcionalidade, afinal, a maior bancada da próxima legislatura é do DEM, que reelegeu, além de Pepa, Cido Medeiros, Alan Guedes e Madson Valente. Aliados ao PSDB de Idenor Machado, Marçal Filho e Sérgio Nogueira, ambos os partidos compunham a chapa majoritária encabeçada pelo deputado federal Geraldo Resende, tucano que ficou em 2º lugar na disputa pela prefeitura.
No PMDB, que concorreu ao Executivo com o deputado estadual Renato Câmara, o vereador reeleito Pastor Cirilo dá corpo ao projeto de Pedro Pepa. Mas ainda não tem a concordância clara do também peemedebista Juarez de Oliveira.
Durante a diplomação dos eleitos nesta tarde, oito desses parlamentares demonstraram pleno alinhamento, comparecendo ao evento no mesmo horário e posando para fotos juntos. O reticente Juarez acabou por ceder aos apelos amistosos e deixou-se fotografar com os defensores de Pedro Pepa.
Com essa formatação, o grupo em tese oposicionista precisaria de apenas mais dois vereadores para garantir êxito em seu projeto. A Câmara de Dourados tem 19 cadeiras e o futuro presidente precisa de 10 votos para ser eleito.
