Delcídio fará corpo a corpo no Senado e cogita pedir licença de quatro meses

Conselho de Ética vai analisar pedido de advogados na quarta-feira

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Conselho de Ética vai analisar pedido de advogados na quarta-feira

O senador Delcídio do Amaral (PT), solto na última sexta-feira (19), depois de 87 dias preso, volta ao Senado Federal nesta semana e deve iniciar uma peregrinação, à principio aos membros do Conselho de Ética, para tentar provar sua inocência. A expectativa que ele discurse amanhã (23) na tribuna da Casa.

“A defesa, sempre que possível, tenta fazer esclarecimento pessoal, não vejo nada antiético. Isso tem acontecido através do tempo, mas tudo vai depende dos membros do Conselho de ética. É claro que ele poderá pedir para ser  ouvido imediatamente, mas nesse caso a decisão cabe ao relator”, afirmou à radio senado, o presidente do Conselho, senador João Alberto (PMDB-MA).

O relator, citado pelo peemedebista, hoje é o tucano tocantinense Ataídes Oliveira, cuja saída já foi pedida pela defesa de Delcídio. Os advogados do petista acreditam que a presença de um parlamentar de um partido que já declarou voto favorável à cassação não lhe dá direito de ampla defesa.

A saída ou permanência de Ataídes será analisada na próxima quarta-feira (24). O presidente do Conselho disse também que pretende conversar ainda hoje (22) com os demais integrantes da comissão para discutir o caso, e negou que possa haver constrangimento no prosseguimento do processo com a soltura de Delcídio.

Se o pedido dos advogados do petista for aceito, o prazo para análise da defesa já apresentada à Casa volta à estaca zero, e reinicia tão logo um novo relator seja definido.

Ameaça

O Jornal Folha de São publicou nesta segunda-feira que Delcídio avalia pedir uma licença de quatro meses de sua atividade parlamentar, e já teria comunicado a colegas de Congresso que não vai digerir com facilidade uma possível cassação.

“Se me cassarem, levo metade do Senado comigo”, teria dito o senador sul-mato-grossense ainda durante o tempo que passou na prisão.

O periódico também confirmou a informação dada pelo presidente do Conselho de Ética, e ampliou as visitas marcadas. Segundo a Folha, Delcídio pretende se encontrar pessoalmente com aliados e partidos de oposição com quem manteve amigável relação, principalmente durante o tempo em que foi o líder do governo no Senado.

O senador foi preso no dia 25 de novembro de 2015, depois que o Ministério Público Federal apresentou provas ao STF (Supremo Tribunal Federal) de que Delcídio tentava obstruir as investigações da Operação Lava Jato. 

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