Vereadores chamam taxa de vistoria de ‘picaretagem’ e pedem explicação
Além do órgão estadual, as empresas credenciadas estão na mira da Câmara
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Além do órgão estadual, as empresas credenciadas estão na mira da Câmara
Com a repercussão causada depois que uma caminhonete, que teve propositalmente a mecânica alterada, passou, sem problemas, por sete vistorias, alguns vereadores de Campo Grande chamaram a cobrança da inspeção anual de ‘picaretagem’. Além disso, eles pedem explicações por parte dos representantes do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) e das empresas credenciadas na realização das vistorias.
O valor cobrado nas empresas privadas é de R$ 120; caso o condutor prefira fazer diretamente no Detran vai pagar R$ 103.
De acordo com vereador Chiquinho Teles (PSD), a população está pagando um imposto com duplicidade. “Isso é uma picaretagem! Já pagamos o licenciamento e estão nos empurrando essa taxa. A Câmara não pode ficar aquém disso”, destaca.
O vereador revela que pretende ‘ecoar’ o descontentamento do povo. “Vamos sair às ruas, convocando a sociedade. Também podemos usar a tribuna da Câmara para denunciar esse tipo de abuso”, frisa.
No mesmo sentido, o vereador Paulo Siufi (PMDB) afirma que a Câmara tem o dever de fiscalizar as empresas particulares, responsáveis pela vistoria. “Mesmo que o Detran tenha autorizado isso, nós podemos fiscalizar essas empresas, podemos chamar a responsabilidade, pois temos o poder da municipalidade”, revela.
Siufi conta, ainda, que vai pedir à Comissão de Transporte e Trânsito da Câmara que peça explicações da Agetran (Agência Municipal de Transporte e de Trânsito) e do Detran. “Eu já ia pedir explicações da Beth Felix [diretora da Agetran] sobre a aplicação desenfreada de multas de trânsito. Agora, vou aproveitar para questionar a cobrança das vistorias. Quanto ao Gerson [diretor do Detran], é preciso que ele se explique”, diz.
Outro lado
A reportagem telefonou para o diretor do Detran, Gerson Claro, mas o dirigente informou que estava participando de uma reunião e não poderia atender à equipe naquele momento. Ele ficou de retornar a ligação, mas até o fechamento deste texto não houve retorno.
Já a diretora da Agetran, Beth Felix, destacou que a Câmara merece explicações, pois representa o povo. “Se me convocarem eu vou sem problemas. Todavia, essa história de multas abusivas não existe em Campo Grande. As estatísticas mostram que as infrações, mesmo com o aumento da frota de veículos, continuam iguais. Há um descontentamento dos vereadores, pois eles acham que os guardas municipais estão multando, isso não é verdade, isso só ocorre em casos extremos”, termina.
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