Veto favorece partidos e menos votados 

Os deputados federais não conseguiram aprovar o ponto principal da reforma política, sugerida na Proposta de Emenda à Constituição 182/07. A PEC precisava de 308 votos, mas conseguiu apenas 264, contra 207 que foram contra e cinco abstenções.

Dos oito deputados de Mato Grosso do Sul, apenas Carlos Marun (PMDB) foi favorável à mudança, no chamado distritão. A proposta tinha como objetivo corrigir o que para algumas correntes políticas caracteriza injustiças nas votações – pela proporcionalidade partidária, quem tem menos votos acaba se elegendo, deixando outros, com maior votação absoluta, de fora.

No distritão quem recebesse mais votos, independente de legenda, seria eleito. Como foi vetado, a regra continuará como hoje, onde são considerados os votos de toda a coligação, não sendo, necessariamente, o mais votado a ocupar a vaga.

Já os críticos ao distritão entendem que a mudança acabaria com partidos, visto que só seria levado em conta o voto do próprio candidato.

Fosse pelo sistema de distritão, cinco candidatos à Câmara Municipal de Campo Grande, que não foram eleitos, teriam conseguido a cadeira, ao passo que outros, no cargo por conta da força dos partidos, ficariam de fora. Se os mais votados fossem eleitos, ocupariam vagas no Legislativo da Capital os suplentes: Magali Picarelli (PMDB), Loester Nunes (PMDB), Antônio Cruz (PMDB), Eduardo Cury (PTdoB) e Marcos Tiguman (PTdoB).

O quinteto não conseguiu a vaga porque outros cinco foram beneficiados com os votos da coligação. Esta votação levaram à Câmara os vereadores: Luiza Ribeiro (PPS), Coringa (PSD), Ayrton do PT, Edson Shimabukuro (PTB), Cazuza (PP) e Chocolate (PP).

Os deputados também tentaram aprovar outros sistemas de votação, mas nenhum foi aprovado. A votação da reforma continua nesta quarta-feira (27). Entre os pontos mais polêmicos estão o financiamento público de campanha, fim das coligações na proporcional (para deputados e vereadores) e fidelidade partidária.