Reinaldo e Mangabeira conversam sobre Movimento Brasil Central

Melhorar as condições de logística, para escoamento de produção, e levar capacitação sobre novas tecnologias a pequenos e médios produtores. Estas são algumas das necessidades que o governador de Mato Grosso do Sul, (PSDB), apresentou ao ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger, em reunião na manhã desta quarta-feira (8), em Campo Grande.

A agenda é a primeira após a criação, no começo do mês em Goiânia (GO), do Movimento Brasil Central, que reúne os governos do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e ) e do . O objetivo é criar uma política específica para região, focado no desenvolvimento econômico.

Reinaldo mostrou preocupação com o modelo de concessões do governo federal na área de transporte. Disse haver projetos de interesse para o Estado, como ramal ferroviário de bitola dupla entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado, não contemplados nos planos atuais da União.

Outro problema apontado por Reinaldo é com relação às hidrovias. Ele diz que, priorizando a geração de energia elétrica, trechos na Tietê-Paraná e no Rio Paraguai estão ficando muito tempo sem operação, prejudicando o escoamento da produção agropecuária sul-mato-grossense.

“É preciso levar tudo isso para o governo federal, para que ele entenda a situação do Brasil Central. É preciso que os Estados se unam para isso”, pontua Reinaldo.  Em relação ao modelo de escoamento, os pontos principais são necessidades de melhorar o transporte multimodal, implantar os corredores bioceânicos e incrementar a aviação regional.

Além da questão logística, o governo de Mato Grosso do Sul defende uma ofensiva na educação. Uma das sugestões, disse Reinaldo, é expandir o chamado ‘sistema S’, que envolve Sesc e Senai, por exemplo, para implementar cursos de capacitação sobre “tecnologias futuras de produção” a pequenos e médios produtores.

Foram abordados ainda temas como recuperação de pastagens e fontes de financiamento para o setor. Há a ideia de estabelecer uma fonte própria de recursos na seara dos objetivos do Movimento Brasil Central, além do uso das já existentes, como o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ações da Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste).

Novas agendas

Unger disse que até agosto, quando está prevista nova agenda entre ele e os governadores,em Mato Grosso, deverá apresentar de forma mais delineada as demandas específicas de Mato Grosso do Sul. Em linhas gerais, a missão do ministro é estudar formas de “tornar o Brasil Central, que tem grande potencial de produção, em modelo vanguardista de produção e educação para o Brasil”.

Há outros encontros previstos para discutir a questão, para os meses de outubro e novembro, em Brasília (DF). O ministro reforça que o planejamento em questão visa, principalmente, voltar ações às áreas que o governo chama de “cidades consideradas regiões médias do Brasil”, como foco em tecnologia e educação.