Convite teria acontecido na última sexta-feira (4)

O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) confirmou na tarde desta quarta-feira (9) que foi cogitado para assumir a Secretaria da Aviação Civil, que tem status de ministério na Presidência da República. Segundo o deputado, o convite foi feito em função da saído do ministro Eliseu Padilha (PMDB) por membros do PMDB de status elevado, na última sexta-feira (4).

“Eu não diria que recusei um convite, porque se fosse um convite teria sido feito diretamente pela presidente, o que não aconteceu. O que ocorreu foi que pessoas do PMDB de status elevado me trouxeram essa proposta. Mas eu, gentilmente, considerando a minha posição política, preferi recusar qualquer especulação nesse sentido, recuar a cogitação”, afirmou o deputado, que também integra a comissão do impeachment da presidente, suspensa no último dia 8 pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Marun afirmou que, por defender e integrar a comissão que implementa o processo de impeachment contra Dilma Roussef, seria incompatível exercer função de ministro no governo de Roussef. “Não há essa possibilidade, já que nesse momento sou favorável pelo menos à abertura do processo”, explicou.

Comissão de ética

Também integrante da Comissão de Ética que avalia a cassação do mandato do presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB), Marun destacou que a reunião de hoje foi “tensa”, devido o impedimento de que o relator do processo, Fausto Pinato (PRB-SP). “Houve desencontro de informações, a nomeação do Pinato como relator infringe o regulamento. Mas, essa é a realidade, é o que diz o Código de Ética”, afirmou.

Segundo o artigo 13 do Código, o relator não poderá pertencer ao mesmo partido ou bloco parlamentar do deputado representado. Com isso, foi feito um sorteio de lista tríplice para a relatoria, José Carlos Araújo (PSD-BA), presidente da comissão, deverá indicar um novo relator para apresentar o relatório nesta quinta-feira (10).

Suspensão da Comissão

Após a suspensão da comissão do impeachment de Dilma Roussef, por determinação do STF, Marun destacou que a decisão é provisória, e não uma anulação. “No fim, pode até ser bom, porque assim não corre o risco desse processo ser derrubado lá na frente. Então é algo que será dimidio. E se tivermos que votar abertamente mais à frente, acredito na dignidade dos parlamentares que a decisão não vai mudar”, destacou.

Segundo Marun, a comissão foi questionada no Supremo em função dos votos teme sido secretos e que se fossem abertos, permitiria que o governo pressionasse os parlamentares. “Se o Supremo mandar que seja feita uma nova eleição, dessa vez com voto aberto, tenho certeza de que o governo será novamente derrotado, e com uma expectativa de que isso ocorra com uma margem ainda maior de votos”, concluiu.