Corte de gratificações não amenizou a crise

O secretário de Planejamento e Finanças, André Scaff, calcula que a prefeitura ainda precise economizar pelo menos R$ 10 milhões neste mês para conseguir fugir do risco de improbidade administrativa, por estar na margem de risco definida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Segundo o secretário, a prefeitura ainda terá que ajustar muita “gordura” para ter tranquilidade. “Temos que fazer cortes onde dá. Temos que cortar a gordura. A última situação é a demissão, mas temos que fazer cortes”, justificou.

Scaff justifica que a economia gerada com corte das gratificações não foi suficiente para contornar a crise financeira, agravada pelos R$ 180 milhões a menos de arrecadação de ICMS e IPTU esperados e outras despesas criadas por gestões anteriores.

Segundo Scaff, só Nelsinho Trad (PMDB) gerou despesa de R$ 15 milhões antes de deixar o governo. A dificuldade, segundo o secretário, foi agravada pela iniciativa da Câmara de congelar o IPTU em 2013, para cumprir promessa de Alcides Bernal (PP), o que também prejudicou a arrecadação, levando a prefeitura para uma dificuldade ainda maior.

Além de Nelsinho e da gestão de Alcides Bernal (PP), a atual gestão culpa André Puccinelli (PMDB) pela crise. Eles alegam que a redução do repasse promovida por Puccinelli nos últimos anos fez a prefeitura perder mais de R$ 100 milhões em arrecadação, o que compromete gravemente a receita.

O secretário explica que a reclamação no setor de Saúde e Educação é maior porque eles concentram 78% da folha de pagamento e, consequentemente, acabam sendo mais atingidos. Ele se defende das acusações de que os comissionados seriam o problema, justificando que estes servidores representam apenas 9% da folha.