Parlamentar pode colocar lideranças em apuros

 

A Operação Lama Asfáltica, comandada pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União deve provocar grande polêmica na Câmara de nesta manhã e colocar muita gente em saia justa. A presidente do PMDB em Campo Grande, Carla Stephanini, é uma das que podem passar constrangimento, frente aos debates.

Quando proposta, a CPI dos Buracos não emplacou por falta de assinaturas. Dos 29, só oito assinaram o requerimento: Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra (PDT), Cazuza (PP), Ayrton do PT, Thais Helena (PT), Alex do PT, José Chadid (sem partido) e o vereador Chiquinho Telles (PSD).

A CPI precisava de apenas 10 assinaturas para sair do papel, mas não emplacou. Hoje, ela poderia ser efetivada se os vereadores mantivessem as assinaturas e contassem com apoio de dois vereadores que hoje estão na oposição: Eduardo Romero (PTdoB) e Carla Stephanini.

A dupla não assinou o primeiro requerimento e poderia contribuir, mas Carla Stephanini pode criar problemas para o próprio partido caso assine. Isso porque a oposição tem a intenção de apurar contratos desde a gestão de Nelsinho Trad (PMDB), elogiada pela vereadora.

Hoje, Nelsinho ameaça sair do PMDB, o que poderia livrar Carla de qualquer compromisso. Porém, a Operação Lama Asfáltica, por exemplo, foi à casa de Edson Giroto (PR), principal escudeiro de André Puccinelli, padrinho político de Carla.

Apesar da dificuldade, a Câmara deve trazer o debate hoje, diante da operação que voltou a colocar Amorim em evidência. A vereadora Luiza Ribeiro, por exemplo, questiona o número de empresas que prestam serviço de tapa-buraco em Campo Grande. Ela não entende, por exemplo, porque 34 empresas operam os serviços de tapa-buraco e cascalhamento em Campo Grande. “Acredito que usam este sistema para produzir desvios de recurso através de execução de obras, que chega em torno de R$ 10 milhões”, declarou. A reportagem tentou contato com a vereadora, mas o celular estava desligado.

Operação Lama Asfáltica

A Polícia Federal, Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) realizaram a operação na última quinta, quando cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, visando obter detalhes de contratos com um dos maiores empreiteiros do Estado, João Alberto Krampe Amorim dos Santos.

Policiais ficaram trancados por quase cinco horas com João Amorim na residência dele, na Vila Vendas, mas também foram a uma das empresas dele, a  Proteco Engenharia, residência do ex-deputado Edson Giroto (PR) e na Secretaria de Obras do Estado, que também tinha contratos com Amorin. Quatro servidores foram afastados do Estado.