Obras e Educação estão entre as emperradas

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), está repetindo o começo da gestão em 2013, quando também teve dificuldades para compor o secretariado. O prefeito chega a 10 dias de gestão sem nomes em pastas importantes, como Educação, Obras e Assistência Social.

O prefeito já enfrentou esta dificuldade no começo do mandato, quando demorou dias para indicar nomes e ainda conseguiu desagradar aliados como o PSDB, de Reinaldo Azambuja (PSDB), que depois acabou saindo da base.

Na época Bernal fez indicações pessoais e desagradou o PSDB, que aconselhou os vereadores João Rocha (PSDB) e Rose Modesto (PSDB) a saírem da base. A situação foi feia a ponto do PSDB expulsar José Chadid e Leila Machado, que não obedeceram ordem de deixar secretarias.

Agora, o prefeito enfrenta dificuldade para indicar nomes, mas porque não quer deixar de atender aliados. Segundo o secretário de Governo, Paulo Pedra (PDT), indicações destas pastas importantes ainda não ocorreram por conta do diálogo do prefeito com partidos políticos.

Bernal teme cometer o mesmo erro do começo da gestão, quando não construiu uma base de sustentação e acabou sendo cassado pela Câmara. A articulação de Bernal era ruim a ponto de não conseguir nem chegar a 10 aliados, o que acabou custando o mandato.

Na volta, conquistada por medida judicial, Bernal tenta reverter o jogo e como primeiro aceno foi à Câmara pedir apoio dos vereadores. A segunda providência foi a indicação de Paulo Pedra (PDT) como secretário de Governo, também a pedido de vereadores.

Consequências

A articulação de Bernal está travando pastas importantes e que enfrentam problemas. Na Educação, por exemplo, professores aguardam definição do novo secretário para definir calendário escolar por conta da greve. Outra pasta importante é a de Obras. São várias as construções paradas por falta de dinheiro, que acabam se deteriorando e trazendo mais problemas.

O mês de aniversário da Capital foi uma mostra da difícil situação da secretaria de Obras, com pouquíssimas ou quase nenhuma lançada. Gilmar Olarte (PP) chegou a anunciar um grande evento para falar das obras, mas acabou cancelando a solenidade e as inaugurações.

Se repetir a postura da gestão anterior, Bernal deve atrasar ainda mais o processo, visto que costuma fazer auditorias. A situação fica mais difícil por conta da dificuldade financeira, seja da Prefeitura, com R$ 30 milhões de déficit mensal, ou do Governo Federal. São diversas as obras paradas em Campo Grande, tendo como destaques vários Centros de Educação Infantis e unidades de saúde, sendo algumas com 90% já concluídas.