MP abre inquérito sobre irregularidades apontadas na CPI da Saúde

Apuração semelhante foi aberta e arquivada em 2014

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Apuração semelhante foi aberta e arquivada em 2014

O MPE-MS (Ministério Público Estadual em Mato Grosso do Sul) abriu um novo inquérito civil para apurar suposta prática de improbidade administrativa apontada na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, pela Assembleia Legislativa, em 2013.

No ano passado, o MPE já havia aberto investigação semelhante, mas resolveu arquivar em dezembro de 2014. O inquérito tinha a mesma justificativa do publicado nesta quarta-feira (15), no Diário Oficial do MPE, agora sob  o n°063/2015: “Apurar suposta prática de ato de improbidade administrativa exposta no Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde”.

Na época, o deputado estadual e presidente da CPI, na Assembleia, Amarildo Cruz (PT), afirmou que analisaria os motivos do arquivamento e buscaria justificativa fundamentada para tal, na esperança de o Ministério Público revisse a decisão de arquivar. A equipe do Jornal Midiamax tentou contato, mas o parlamentar não atendeu as ligações.

Ao final da CPI o deputado apresentou um relatório separado, onde pediu indiciamento de vários envolvidos em denúncias de irregularidades na Saúde de Mato Grosso do Sul.

Amarildo listou vários envolvidos que deveriam ser indiciados. A lista inclui, entre outros, ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), o ex-secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandetta o dono da Telemídia, empresa responsável pelo Gisa, Naim Alfredo Beydoun, outro ex-secretário municipal de Saúde da Capital, Leandro Mazina, a chefe da Divisão de Convênios e Gestão Responsável pelas Liberações dos Recursos Federais, Silvia Raquel Bambokian, a coordenadora do Gisa, Maria Cristina Abrão Nachif, o presidente do IMTI, João Yamaura, o chefe do setor de Licitações, Bertholdo Figueiró, o ex-diretor do HU/UFMS, José Carlos Dorsa e o ex-diretor do Hospital do Câncer, Adalberto Siufi.

Relatório da CGU

Rastros deixados em viagens internacionais implicam o ex-secretário municipal de Saúde e atualmente deputado federal, Luiz Henrique Mandetta, em improbidade administrativa e tráfico de influência, segundo relatório da CGU (Controladoria Geral da União). As passagens foram pagas por empresas ligadas ao escândalo do GISA, que pode ter causado rombo de R$ 6,8 milhões à Prefeitura de Campo Grande na gestão de Nelsinho Trad (PMDB).

O GISA é um sistema para marcação de consultas médicas por telefone, e custou quase R$ 9 milhões durante o segundo mandato de Nelsinho Trad, mas nunca funcionou. Como há dinheiro do Ministério da Saúde envolvido, a CGU entrou na investigação das denúncias que suspeitam de superfaturamento e corrupção.

Segundo relatório, o Mandetta, que é primo do ex-prefeito Nelsinho Trad, teria recebido vantagem indevida da empresa que venceu a licitação, de R$ 8.893.000,00. A vantagem, segundo a CGU, ocorreu por meio de pagamento de viagens aéreas nacionais e internacionais.  Além disso, as viagens revelariam ligações suspeitas entre o ex-secretário de saúde e uma empresa que foi subcontratada pela vencedora da licitação meses depois das viagens internacionais.

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