Manifestação pedindo saída do prefeito está marcada para o final do mês

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), deve enfrentar uma manifestação pedindo a saída dele da prefeitura. Eleitores estão usando o whatsapp para divulgar um protesto contra o prefeito, com o título: “Impeachment já. Antes que Campo Grande acabe”.

A manifestação está marcada para o final de fevereiro, no dia 28, às 16 horas, na Praça do Rádio Clube. O prefeito, que já vinha sendo atacado na Câmara, por opositores e até aliados, enfrenta duras críticas após divulgação de vídeo onde empresa estaria tapando buracos que não existem pelas ruas de Campo Grande.

Alguns vereadores queriam fazer uma CPI para investigar a operação tapa-buraco, mas até agora não conseguiram 10 assinaturas necessárias. Quem é contra alega que é preciso outros meios antes de chegar a CPI, que seria última consequência.

Apesar de dizer que tudo está bem, seja na situação com vereadores ou com a população, Olarte passa por uma fase bastante complicada. Isso ficou claro no evento da presidente Dilma Rousseff (PT) em Campo Grande, quando ele foi vaiado em várias oportunidades.

O prefeito foi vaiado quando foi convidado a subir ao palco. Depois, recebeu novas vaias ao iniciar a fala. Sobrou vaia até para presidente Dilma, quando agradeceu a presença de Olarte no evento. Com tantas vaias, o prefeito alegou que tudo não passou de ato de um grupo para tentar desestabilizá-lo.

A justificativa de Olarte é a mesma dada em relação ao vídeo dos “buracos fantasmas”. Ele alega que o vídeo foi armado com a intenção de prejudicá-lo. A situação de Olarte é delicada porque ainda enfrenta problemas com as finanças da Capital, tendo como principal crítica o fato de ter contratado diversos comissionados, que acabaram inchando a folha de pagamento.

As dúvidas em relação ao futuro do prefeito ainda têm como base um processo aberto após investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que tem ele como um dos envolvidos.

Operação do Gaeco

O processo tramita em segredo de Justiça e tem como base operação do Gaeco em abril do ano passado. A denúncia tratava, entre outras coisas, de suposta agiotagem para “compra de vereador”. Os investigadores apreenderam documentos na residência de Olarte e na Câmara Municipal de Campo Grande, mas nunca revelaram em detalhes o que estava sendo apurado.

As informações são de que a denúncia feita pela Procuradoria-Geral de Justiça do MPE-MS envolveria os crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Vereadores, além do próprio prefeito, foram ouvidos pelo Gaeco no decorrer das investigações.

Segundo o advogado de Olarte, Jail Benites Azambuja, na ocasião o cliente dele teria prestado esclarecimentos somente enquanto testemunha. No entanto, Ruy Florence desmentiu o prefeito e confirmou que ele havia prestado depoimento.

Em outras ocasiões, Gilmar Olarte afirmou que os promotores constatariam “um grande equívoco”, referindo-se a suspeita de que teria havido compra de apoio dos vereadores que votaram a favor da cassação de Alcides Bernal (PP). Com a queda de Bernal, Olarte ficou com o cargo.