‘Embromation’ de secretário incomoda oposição, que promete insistir por CPI

Vereadores precisam de mais quatro assinaturas para abrirem investigação sobre tapa-buracos

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Vereadores precisam de mais quatro assinaturas para abrirem investigação sobre tapa-buracos

Não surtiu o efeito desejado a ida do secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtemir de Brito, até a Câmara Municipal. Vereadores da oposição tentam convencer mais quatro colegas a assinarem o requerimento de abertura da chamada CPI dos buracos.

“A reunião de ontem (9) foi embromation”, resumiu Alex (PT). O vereador chegou a ocupar a tribuna para pedir que os colegas assinem o requerimento.

Até agora, há seis assinaturas no documento, quatro a menos que o necessário para encaminhar o pedido à mesa diretora. Além de Alex, os dois colegas de bancada petista, Airton Araújo e Taís Helena, Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra (PDT) e, mais recentemente, Cazuza (PP) deram crivo à CPI.

Segundo Luiza, a oposição tenta convencer José Chadid (sem partido), Eduardo Romero (PTdoB), Chiquinho Telles (PSD), Carlão (PSB) e Paulo Siufi (PMDB) a assinar. Este último já adiantou que não assina, porque vai esperar as explicações do secretário.

O líder do prefeito na Câmara, Edil Albuquerque (PMDB), repetiu o discurso de Kako, como é chamado o chefe da Seintrha, e disse que a devida documentação sobre o tapa-buracos será apresentada. “Vai enviar os documentos de gabinete em gabinete. Quer melhor resposta que esta?”, emendou o peemedebista.

“Há desmandos nesta secretaria”, ataca Chiquinho. “A oposição vai lutar pela CPI”, emenda Alex, acompanhado do colega Airton: “foi uma condução muito ruim, tomou o tempo dos vereadores, da imprensa inteira, o trabalho de organização da casa, para não responder nada”.

A reunião foi frustrante, na avaliação de Chiquinho, “porque o secretário foi sem nada para apresentar”. “A instauração da CPI está mais viva ainda agora”, diz o parlamentar que, ao mesmo tempo, modera o tom sobre eventual assinatura do requerimento: “o secretário mostrou boa vontade, só que de boa vontade o inferno está cheio, se ele não responder por escrito, com a documentação, contratos, etc, aí não tem outra saída”.

Para Carlão, que deve assumir o comando da comissão permanente de obras da Câmara, também é preciso cautela com relação à CPI. “Já temos um ônus de ter tirado um prefeito e colocado alguém que não está dando conta”, analisa.

A convocação de Kako foi feita depois de várias denúncias mostrarem empreiteiras tapando ‘buracos fantasmas’ na cidade. O serviço de melhoria nas ruas da cidade custa, ao menos, R$ 13 milhões mensais, segundo informações extraoficiais.

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